sexta-feira, 19
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abril
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2024

Temos um novo presidente, e agora?

Jair Bolsonaro venceu a eleição presidencial e a partir de 1º de janeiro de 2019 será o novo presidente do Brasil. Para chegar até essa vitória, o deputado federal pelo Rio de Janeiro fez diversos enfrentamentos e quebrou paradigmas da política tradicional. Tinhas míseros oito segundos de tempo de televisão, não conseguiu formar coligação partidária, não tinha recursos e, vítima de um atentado em plena campanha, não teve contato com o eleitor e ficou dentro de casa falando pelas redes sociais. Com tudo isso, ou apesar disso, Bolsonaro venceu.

O futuro presidente falou constantemente que não governará com conchavos políticos e negociações partidárias. Prometeu ainda diminuir o número de Ministérios e reduzir a máquina pública. E também concentrou o discurso na valorização da família e no combate à criminalidade. O futuro presidente vai resolver todos os problemas do país? Não. Não vai. O que muito se espera são novas atitudes e firmeza em decisões que realmente produzam resultados em benefício das pessoas.

Na sua primeira aparição pública após a vitória no domingo, Bolsonaro foi a um culto evangélico e falou poucas palavras, mas de certa forma, agradou. “Temos uma nação um tanto quanto complicada. Crise ética, moral e econômica. Eu tenho certeza de que não sou o mais capacitado. Mas Deus capacita os escolhidos”, disse. Ao reconhecer suas limitações e também destacar problemas do país, ele mostra-se consciente do que vem pela frente.

Jair Bolsonaro sabe que somados os votos do candidato adversário ao total de pessoas que não foram votar, há uma divisão no país. Ele recebeu o voto da metade e terá que governar para todos. A oposição, naturalmente, sempre vai existir, mas há o desafio da chamada governabilidade, que é ter diálogo e convergências que possibilitem aprovação das pautas essenciais para a retomada do crescimento do Brasil.

O presidente eleito mantém um enfrentamento em relação a alguns veículos de imprensa, quase que idêntico o que fez e faz o presidente americano Donald Trump. Não acreditamos ser benéfico para um líder nacional, inclusive num país que preza pela democracia, prática contínua nesse sentido. Bolsonaro terá que rever posições dessa natureza. Agora, ele é a referência do país para o mundo.

Da mesma forma há uma curiosidade em relação ao papel que as mulheres vão exercer no governo de Jair Bolsonaro. Caberá alguma representante feminina em um dos super ministérios do novo presidente? O que se sabe, já de pronto, é que as conhecidas bancada evangélica e bancada da bala, do Congresso Nacional, passam a ter papel protagonista com o presidente eleito.

Iniciativas já anunciadas pela equipe de Bolsonaro, como a fusão das pastas da Agricultura e Meio Ambiente, e da Fazenda com Planejamento e Indústria e Comércio Exterior, e outras em especulação, são bem vistas pelo cidadão comum, mas encontram resistência dos setores organizados e entidades representativas. E aqui está um expressivo desafio do novo governo, que reúne coragem, atitude, conhecimento e critérios. Não dá para fazer só por fazer. Se feito, tem que se ter resultado.
No entanto, consideramos que o maior compromisso do novo presidente é unificar o país, preservando a democracia, respeitando a Constituição Federal e mostrando que a escolha feita nas urnas foi assertiva.

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