O contrabando de medicamentos é uma prática frequentemente registrada em todo o país. No último domingo, no entanto, este crime teve um fato curioso e revoltante quando a Polícia Rodoviária Federal de Cascavel abordou uma ambulância da prefeitura de Rio Negro e encontrou uma série de produtos contrabandeados.
A ocorrência foi registrada durante a madrugada, quando um servidor público concursado da prefeitura e seu enteado foram parados durante uma operação realizada em conjunto pela Polícia Militar e Receita Federal na BR 277. Dentro da ambulância, os agentes localizaram grande quantia de medicamentos abortivos, estimulantes sexuais e anabolizantes, todos com venda proibida no Brasil. Aos policiais, a dupla contou que carregou os produtos em Foz do Iguaçu e que receberiam R$ 5 mil pelo transporte. Ambos os envolvidos foram presos em flagrante por contrabando.
A Secretaria de Saúde de Rio Negro informou por meio de nota que abriu sindicância administrativa para apurar ações e omissões de servidores neste caso, tendo em vista a devida responsabilização nos termos da lei. O poder público também informou que não havia nenhuma viagem da ambulância agendada para a região de Cascavel, já que a grande maioria dos tratamentos acontecem em Curitiba e Região Metropolitana, confirmando assim o desvio de conduta funcional do servidor público envolvido. Outro ponto destacado em nota, é que há um rigoroso controle do uso dos veículos do setor, inclusive com aferição de gasto de combustível e quilometragem percorrida, com dados repassados mensalmente ao Tribunal de Contas do Estado, sem qualquer apontamento de irregularidade, sendo terminantemente proibida a utilização para fins particulares ou outro que não seja a serviço da saúde. Além disso, a compra de medicamentos é realizada atendendo os requisitos da legislação e com a liberação da Anvisa, sendo os itens apreendidos contrabandeados e sem disponibilização para uso nos postos de saúde. Por fim, a prefeitura destaca que as ambulâncias, em alguns casos de sobreaviso, pernoitam com os motoristas, devido à necessidade de pronto atendimento, visando evitar a demora e consequentemente riscos aos pacientes.
O prefeito Milton Paizani lamentou o ocorrido e destacou que a prefeitura adotará todas as medidas cabíveis. “Temos implantado mecanismos de controle, atendendo a legislação e visando coibir desvios de conduta. Não compactuamos com situações como essa, a qual poderia colocar a vida de pessoas em risco caso houvesse uma demanda maior de transporte neste período”, pontuou Paizani.
