Considerado um serviço essencial para a saúde pública, o tratamento do esgoto ainda é uma deficiência. Segundo números da Sanepar, apenas a Lapa, entre os dez municípios da região, ultrapassa a média nacional de 58% dos imóveis urbanos atendidos com rede de esgoto. O comparativo é ainda mais alarmante quando se trata do estado, onde 71% da população é beneficiada com este serviço.
Na região, ao todo são 42.205 ligações prediais implantadas em 519.981 metros de rede. Entre os dez municípios, somente Piên e Tijucas do Sul, com solicitações de investimentos em andamento, não contam com este serviço. De acordo com a Sanepar, não há grandes dificuldades na elaboração de projetos técnicos, no entanto, o principal empecilho na efetivação deste sistema está na questão financeira, onde tradicionalmente, no Brasil, as obras de esgoto são cinco vezes mais caras do que em outros sistemas de abastecimento. A Sanepar analisa também alguns critérios para ampliar este serviço, como concentração populacional, área de manancial e de risco social, além da disponibilidade de recursos financeiros.
Em Campo do Tenente, as obras de implantação da rede de esgoto foram iniciadas neste ano. “É um projeto a longo prazo, avaliado em cerca de R$ 10 milhões. Nesta primeira fase, serão 9 mil metros de rede coletora, 424 ligações prediais e 23% da área urbana atendida. Foi um trabalho bastante complexo, onde foram promovidas muitas reuniões e debates, até que as obras fossem iniciadas”, detalhou o prefeito Jorge Quege.
Já em Fazenda Rio Grande, atualmente 57,63% da população urbana é assistida com este serviço. “Estamos com obras em andamento, avaliadas em cerca de R$ 40 milhões, e dentro de dois anos vamos aumentar este índice para em torno de 90%”, relata o prefeito Marcio Wozniack, citando também outras mudanças. “Alteramos o plano diretor e agora nenhum loteamento ou condomínio é liberado para venda se não contar com rede de esgoto. É uma forma de qualificar o crescimento”, concluiu.