Candidatos do partido do governador Ratinho Junior foram eleitos para o comando de 164 prefeituras, incluindo os dois maiores colégios eleitorais do Estado, Curitiba e Londrina. Há ainda 93 prefeitos eleitos por outras legendas e que contaram com o PSD em suas coligações
Ratinho Junior termina as eleições municipais deste ano como o grande vencedor do pleito no Paraná e maior no cenário nacional. Os candidatos do seu partido, o PSD, foram eleitos para o comando de 162 prefeituras no primeiro turno e, do último domingo (27), os dois maiores colégios eleitorais do Estado, Curitiba e Londrina, também elegeram seus correligionários, chegando a 164. Somados a 93 prefeitos eleitos por outras legendas e que contaram com o PSD em suas coligações, 257 das 399 cidades serão administrados por aliados do governador, o equivalente a 64,4% dos municípios paranaenses.
O resultado marca um recorde do PSD no Paraná, superando o resultado obtido no pleito municipal de 2020, quando 128 prefeitos do partido haviam sido eleitos sob a influência de Ratinho Junior. Com isso, a partir de janeiro de 2025, 41,1% dos municípios serão administrados por prefeitos do partido.
Na prática, mais de metade dos paranaenses reside em municípios que serão administrados diretamente pelo PSD. O partido será o responsável por definir as políticas públicas e gerir o orçamento das localidades onde estão pouco mais de 5,9 milhões dos 11,8 milhões de moradores do Paraná, de acordo com a estimativa populacional do IBGE para 2024.
Esse cenário ficou mais claro depois das eleições do último domingo. Em Curitiba, Eduardo Pimentel, do PSD, ampliou a sua votação de 313.347 no primeiro turno para 531.029 no segundo. Os 217.682 eleitores a mais obtidos por ele fizeram com que ele chegasse a 57,64% dos votos válidos entre o eleitorado da capital.
O deputado estadual Tiago Amaral, também do PSD, que deixará a Assembleia Legislativa para administrar a segunda cidade mais populosa do Paraná, teve um crescimento de 30.713 entre os dois turnos da eleição. Ele passou de 113.032 votos para 143.745, o equivalente a 56,32% dos votos válidos dos londrinenses.
Entre os partidos aliados, Renato Silva, do PL, obteve a maior votação total, com 95.168 em Cascavel. Com o apoio do PSD, o PL também saiu vitorioso com o General Silva e Luna, escolhido por 95.168 eleitores da cidade de Foz do Iguaçu, e Denilson Baitala, que obteve 37.180 votos em Guarapuava. Ratinho Junior participou ativamente da campanha nos três municípios.
Votos válidos
Outro dado importante é que um em cada três paranaenses apertou 55 neste ano. Os triunfos de Eduardo Pimentel e Tiago Amaral fizeram com que o PSD sozinho passasse de 1.969.634 de votos válidos computados no primeiro turno para 2.218.029 no segundo turno da disputa eleitoral no Estado. A diferença representa um crescimento de mais de quatro pontos percentuais entre os dois turnos, de 32,12% para 36,17% dos votos válidos. O PP aparece na sequência com 12,66% dos votos válidos, seguido pelo PL com 11,54%.
Depois de Curitiba e Londrina, a maior votação absoluta do PSD aconteceu em São José dos Pinhais, onde a prefeita Nina Singer foi reeleita no primeiro turno com 81.739 votos. Logo após aparece o prefeito Helder Lazarotto, também reeleito com 79.339 votos em Colombo, seguido por Marco Marcondes e Rosa Maria, eleitos nas cidades de Fazenda Rio Grande e Pinhais com 46.759 e 44.316 votos, respectivamente.
Com exceção dos municípios onde houve candidaturas únicas – e portanto os eleitos tiveram 100% dos votos válidos – as maiores vitórias proporcionais do PSD no Paraná foram registradas em Manoel Ribas (91,01%), Nossa Senhora das Graças (89,45%), Ariranha do Ivaí (86,67%), Maria Helena (85,68%) e Jacarezinho (84,43%).
Os 93 prefeitos eleitos com o apoio de Ratinho Junior por outras legendas somam mais 713.915 votos válidos, o equivalente a 11,64% do eleitorado. Com isso, a proporção de votos dados para candidatos eleitos com influência do governador chega a 47,81%.
Cenário nacional
O governador do Paraná também comprovou ser o maior cabo eleitoral entre os potenciais presidenciáveis da direita. Ao levar 41,1% dos municípios paranaenses – sem contar ainda os 23,3% de prefeitos eleitos por outras legendas com o seu apoio – o governador ficou à frente do União Brasil de Ronaldo Caiado, que elegeu 38% das prefeituras de Goiás, do Republicanos de Tarcísio de Freitas, que obteve 13% das cidades em São Paulo.
Eduardo Leite venceu em 6,6% das prefeituras gaúchas e o Novo de Romeu Zema comandará 1% das localidades em Minas Gerais. Jorginho Melo, do PL, elegeu 90 prefeitos catarinenses, equivalente a 31% do total.
O desempenho do PSD no Paraná também foi determinante para que o partido ultrapassasse o MDB e se tornasse a legenda a comandar o maior número de prefeituras no Brasil, com 887 cidades, 225 a mais do que os 662 administrados pelo partido a partir de 2020.