Considerado um dos maiores produtores de carne em todo o país, o Paraná exportou cerca de 1,28 milhão de toneladas do produto pelo Porto de Paranaguá, de janeiro a agosto deste ano, rendendo uma receita de mais de US$ 2,41 bilhões. Recentemente, o Estado alcançou um novo patamar que pode fortalecer ainda mais a cadeia produtiva, que foi a suspensão da vacinação contra febre aftosa.
Na região suleste paranaense, levando em consideração os principais tipos de carne (frango, bovina, suína, caprina e ovina), o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) em 2018 atingiu o montante de R$ 250.371.647,18. Um dos maiores destaques é a avicultura, atividade que resultou em R$ 228.143.249,15 do VBP. Em relação à carne bovina, a produção rendeu o montante de R$ 18.976.416,85, considerando os produtos de boi gordo e vaca de corte, e a suinocultura alcançou o valor de R$ 1.549.267,50.
Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sidiavipar), Domingos Martins, a avicultura tem se consolidado como um dos principais setores do agronegócio paranaense. “Hoje, o Paraná como um todo tem uma produção muito grande de carne de frango e esta atividade surge como um importante setor econômico para a agropecuária”, aponta Martins, avaliando a contribuição da tecnologia para o fortalecimento do segmento. “Os galpões e granjas estão cada vez mais qualificados e equipados tecnologicamente, resultando na maior produtividade e em menos mão de obra”, pontua
De acordo com Martins, a tendência é que, com a suspensão da vacina contra a aftosa, o mercado de carnes paranaense avance ainda mais. “Quanto melhor o status de sanidade, maior avanço no mercado. Acredito que dentro dos próximos anos, teremos muita evolução na avicultura, tanto no Paraná, como no restante do Brasil”, finaliza.
Um dos exemplos de investimento neste ramo na região é o abatedouro Eloivana, de Quitandinha. Em 2006, a empresa iniciou as atividades com a confecção de embutidos. “Percebi que o mercado era carente de um abatedouro e, em 2013, efetivei este projeto, abatendo inicialmente somente suínos e revendendo a carne”, recorda o empresário Umberto Antônio Rossa. Devido a dificuldades estruturais, somente eram abatidos animais com peso de até 120 quilos. “Posteriormente, realizamos as correções e passamos a trabalhar com suínos matrizes, estes de até 300 quilos. Paralelamente, também deixamos de revender carne e atuar exclusivamente com a terceirização do abate”, conta.
Recentemente, a Eloivana passou a atender também os criadores de caprinos e ovinos. “Estamos abatendo em média cerca de 4 mil animais por mês, seguindo criteriosas normas de controle para garantir que o consumidor tenha carne de qualidade, a qual é inspecionada por fiscais e veterinários. Em casos em que é constatada alguma irregularidade, a equipe técnica faz uma nova avaliação e, em casos necessários, encaminha o animal para descarte, assim como é feito com o sangue e outras partes”, ressalta Rossa, analisando o mercado atual da região. “Contamos com uma capacidade de abate de 300 animais por dia, mas falta demanda. Além disso, cerca de 70% da carne trabalhada vem de municípios distantes. Este é um segmento promissor, mas que precisa ser mais explorado na região, haja visto que estamos em uma região com grande população e agrícola, a qual fornece os alimentos que os animais precisam”, conclui.
Ovinos e caprinos – Outras duas produções de carne que se destacam na região são de caprinos e ovinos, que em 2018 atingiram R$ 549.390,94 e R$ 1.153.322,74 do VBP, respectivamente. Entre os municípios com maior lucratividade nestas atividades estão Lapa, Quitandinha e Rio Negro.