sexta-feira, 29
 de 
março
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2024

Prefeitura de Piên está sob investigação do Ministério Público

Prefeitura de Piên está sendo investigada por supostas irregularidades. Foto: Arquivo/O RegionalA população de Piên, que aos poucos tenta retomar sua rotina e conviver com a tragédia do assassinato do prefeito eleito Loir Dreveck e, posteriormente, a prisão do ex-prefeito Gilberto Dranka e do ex-presidente da câmara Leonides Maahs, poderá descobrir que há outros fatos envolvendo o poder público municipal. Nesta semana, a promotora de Justiça Gisele Silvério da Silva, que representa o Ministério Público (MP) na Comarca de Rio Negro, informou que a prefeitura de Piên está sob investigação por dois casos de danos ao patrimônio público. Um dos procedimentos diz respeito ao superfaturamento da compra de uma área na localidade de Aterrado Alto e outro está em segredo no Ministério Público.

A representante do MP informa que ambas as investigações já reúnem um bom volume de material e provas. No caso da compra do terreno por parte da prefeitura, por exemplo, já existe uma série de provas documentais. A aquisição da área foi iniciada na gestão do então prefeito Gilberto Dranka e vinha tendo continuidade no atual governo. Trata-se de um terreno com 40 mil metros quadrados que foi avaliado para compra por R$ 600 mil. Ou seja, custaria R$ 15,00 o metro quadrado. No entanto, este terreno é totalmente contornado por uma área de 30 mil metros que foi adquirida em julho de 2016 por uma das empresas da família do ex-prefeito Gilberto Dranka. E o mais curioso, pelo valor de R$ 80 mil, o que corresponde a R$ 2,66 o metro quadrado.

A promotora Gisele da Silva indaga sobre o porquê da diferença no preço dos terrenos. A área comprada pela empresa do ex-prefeito custou R$ 2,66 o metro quadrado, e a que está prestes a ser comprada pela prefeitura custará R$ 15,00 o metro quadrado. O MP está investigando essa relação de superfaturamento e o papel dos envolvidos na compra e venda de ambas as áreas.

O outro procedimento não é revelado pela promotoria da Comarca. A única certeza é que também tem relação com danos ao patrimônio público. “Não podemos adiantar fatos para não comprometer o resultado da investigação. Mas é possível garantir que todo trabalho é feito com ampla responsabilidade”, relatou a promotora Gisele da Silva.

A prefeitura – A atual administração de Piên chegou a noticiar no início do ano a compra do referido terreno para implantação de um futuro Distrito Industrial. Diante dos novos fatos, o prefeito Livino Tureck declarou que vai contribuir com as investigações e dar amplo acesso aos documentos e demais trâmites existentes no poder público municipal. “Tínhamos uma avaliação do terreno e solicitamos outra tomada de preço. Estamos estudando outras áreas e poderemos também rever o destino do recurso e investir em infraestrutura”, informou.

Denúncias – O Ministério Público destaca o papel da comunidade na fiscalização das ações do uso do dinheiro público. A promotora Gisele da Silva comenta que as denúncias podem ser feitas por e-mail (rionegro.2prom@mppr.mp.br), por documentação entregue diretamente na sede do órgão, ou por depoimento presencial. Quando solicitada, a identidade do denunciante é preservada.

População – A comunidade de Piên aguarda com ansiedade o trabalho do Ministério Público no município. Há uma infinidade de comentários e suposições nas mais diversas “rodas de conversas”, porém, o anuncio da presença do MP na cidade tem motivado a população no acompanhamento do que acontece na esfera pública municipal. Assim como nacionalmente se dá por meio da Operação Lava Jato, o sentimento em Piên é de grande expectativa para maior transparência e melhor aplicação do dinheiro público.

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