Após a explosão das agências bancárias em Piên e da morte do vigilante noturno em Agudos do Sul, provocada pelos bandidos durante a fuga, o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e a Polícia Militar iniciaram um amplo trabalho de patrulhamento na região, apurando denúncias repassadas pela população.
Em uma destas informações, as equipes policiais foram até a comunidade de Campestrinho, em Mandirituba, onde, segundo relatos, foi ouvida uma série de disparos de arma de fogo em uma chácara. Ao chegar ao local indicado, os agentes encontraram cinco pessoas, as quais estavam fabricando de forma artesanal armas de grosso calibre.
Também foi apreendido um veículo Ford Ecosport, que havia sido roubado e estava com placa clonada, além de armas, entre elas um fuzil de calibre .50. Os detidos foram identificados como Claudemir Rosa, 41 anos, Cleiton Rosa, 19 anos, Luciano Martins, 43 anos, Daniel Santana, 70 anos, e Elizandro Rocha da Silva, de 41 anos. Todos foram encaminhados à delegacia do Cope, sendo que três deles já têm passagens pela polícia por crimes como homicídio. Um dos detidos é do Rio Grande do Sul e o outro de Santa Catarina.
De acordo com o delegado do Cope, Rodrigo Brown, as investigações terão prosseguimento para apurar a possível participação dos detidos nas explosões a bancos. “Há fortes indícios, como a periculosidade de alguns, o poderio do armamento apreendido e o carro clonado. Eles tinham uma tornearia para fabricar as armas, apresentando um conhecimento muito grande para tal, já que o armamento, apesar de ser artesanal, funcionava muito bem”, relatou o delegado, enfatizando a forma integrada como as quadrilhas estão agindo. “Elas estão agindo em vários estados com ocorrências desta natureza, haja visto o modo operante e o que temos apurado até então. Já realizamos uma série de prisões e temos feito todo o esforço com a parte de inteligência da polícia”, ressalta.
O delegado reforça outros pontos da atuação das quadrilhas. “Elas têm pessoas da região que repassam informações logísticas para fuga e também de chácaras em comunidades do interior, onde é montada uma base para os bandidos se esconderem após os crimes”, conta o delegado. Estes imóveis são locados e os criminosos pagam em dinheiro e de forma antecipada. “Geralmente é um valor atrativo, onde os proprietários desses imóveis não têm a noção de que estão alugando estes espaços para quadrilheiros. Portanto, reforçamos a necessidade de saber para quem se aluga”, salienta o delegado, solicitando o apoio da população na formalização de denúncias. “Informações podem ser repassadas diretamente ao Cope, pelo telefone 3217 2900, sendo que o denunciante não precisa se identificar. Pessoas estranhas nas comunidades, movimentação de veículos em locais ermos, entre outros, são pontos que devem ser informados a polícia”, concluiu.