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2024

Protagonista em pratos típicos, pinhão também é destaque na economia local

Pinhão pode ser consumido em diversas receitas, sendo as mais tradicionais na forma assada ou cozida. Foto: Mauro Scharnik/IAT
Pinhão pode ser consumido em diversas receitas, sendo as mais tradicionais na forma assada ou cozida. Foto: Mauro Scharnik/IAT
Em 2021, fruto rendeu faturamento de R$ 700 mil para os dez municípios da região. Safra de 2023 do pinhão, no entanto, vem apresentando alta procura e baixa oferta de produto

Seja assado ou cozido, em receitas doces ou salgadas, o pinhão é uma figura tradicional na culinária e gosto dos paranaenses. O fruto, que tem sua colheita, venda e armazenamento liberados a partir de 1° de abril, tem alta procura nesta época do ano.

Além de todo seu simbolismo na cozinha e na cultura local, o pinhão tem um papel de destaque na economia do Estado, que se destaca como o maio produtor do fruto no país. Considerando apenas os dados do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de 2021, último divulgado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura, o faturamento com o fruto nos dez municípios do suleste paranaense foi de R$ 700 mil.

Há mais de 20 anos, Luiz Aleixo, ou Luiz do Mel, como é conhecido, comercializa pinhão em sua banca às margens da BR-376, em Tijucas do Sul, e conta que a região se destaca pela característica do fruto. “Nossa região é muito rica em qualidade do pinhão”, aponta o comerciante destacando que, diferentemente dos anos anteriores, a safra de 2023 vem sendo abaixo das expectativas. “Nunca se viu uma safra de pinhão tão fraca e não há explicação para isso. Há muita procura e não há produto”, detalha.

Luiz do Mel enfatiza ainda que é importante que os apreciadores do pinhão comprem de comerciantes que estão no ramo há tempos. “É preciso buscar um produto de qualidade e que esteja no ponto para ser consumido. Vale destacar que antes de 1º de abril é proibido colher, vender e armazenar pinhão que não esteja no processo completo de maturação. Em nosso estabelecimento, seguindo as instruções de comercialização, fazemos um processo de conservação natural, com apoio inclusive da Embrapa”, explica.

Recentemente, uma reportagem da Agência Estadual de Notícias retratou um processo de araucária enxertada para acelerar a produção de pinhão, desenvolvida por Osvaldo Sikora, que tem uma propriedade rural na comunidade Dom Pedro II, em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba. Pensando em aproveitar melhor a área, ele fez algumas pesquisas e, há dois anos, decidiu investir no plantio de pinheiros, com orientação e apoio do técnico Vanderlei Peres, do IDR-Paraná.

Para acelerar o processo, o agricultor optou por plantar mudas enxertadas e, se tudo correr bem, a primeira produção de pinhões deve acontecer dentro de três ou quatro anos, período muito menor do que nas plantas sem enxerto, cuja produção só ocorre após 12 a 15 anos.

O interesse de Sikora pelo plantio de mudas enxertadas surgiu quando conheceu o trabalho desenvolvido pelo professor Flávio Zanette, que há 34 anos pesquisa a araucária. Ele desenvolveu a técnica de produção de mudas enxertadas que possibilita árvores mais baixas e que produzam pinhões em menos tempo.

VBP pinhão 2021. Arte: O Regional



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