O Paraná é o único estado brasileiro em que 100% dos municípios têm capacitação e planejamento para dar resposta rápida em casos de desastres causados por vendavais, temporais, inundações e outros eventos naturais.
Desde 2011, a Coordenação Estadual de Proteção e Defesa Civil capacita as equipes municipais. Com isso, todas as cidades possuem planos com mapeamento de áreas de risco, recebem alertas meteorológicos, têm locais designados para receber desabrigados, e pessoas treinadas para atuar em situações de risco.
A capacitação dos municípios faz parte do conjunto de ações, determinadas pelo governador Beto Richa, para ampliar a proteção da população. Desde 2011 foram investidos cerca de R$ 100 milhões nesta área. Foi criado o programa de Fortalecimento de Gestão de Risco de Desastre no Paraná, que envolve a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Simepar, Defesa Civil, Instituto das Águas do Paraná e Instituto de Terras, Cartografia e Geociências do Paraná (ITCG).
Hoje, o Estado consegue monitorar os 399 municípios, 24 horas por dia, com o acompanhamento dos órgãos de meteorologia. “Somos o único estado do Brasil que conta com um sistema tão completo”, afirma o chefe da Casa Militar e coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Élio de Oliveira Manoel.
Todas as cidades possuem plano municipal de contingência de proteção e defesa civil e fazem parte de um sistema integrado, que é gerenciado pela coordenação estadual. Os municípios alimentam os dados do sistema e também têm acesso a informações gerais do Estado.
“Temos mapeadas mais de mil áreas vulneráveis a desastres, e por meio do sistema, o estado faz toda a gestão do ciclo de defesa civil, tanto na prevenção das ocorrências, na gestão dos recursos, no envio de alertas e no tempo de resposta”, explica o chefe do setor operacional da coordenadoria estadual, capitão Romero Nunes da Silva Filho.
Integração – Antes de 2011 o sistema existia, mas não era utilizado e muitas vezes a coordenadoria estadual ficava sabendo das ocorrências muito tempo depois que elas aconteciam, chegando a demorar até uma semana. Agora, com a integração dos municípios a resposta para atendimento é até 48 horas.
Rio Negro, na Região Metropolitana de Curitiba, é frequentemente atingido por cheias do rio Negro. “Agora, com o apoio do Estado, temos 14 áreas de atenção mapeadas e um plano completo, que orienta toda a equipe na tomada de decisões”, diz Nelson Patrício Furtado, coordenador municipal da defesa civil.
Em Foz do Iguaçu, explica Evaldo Guimarães, da coordenadoria municipal, o plano de contingência permitiu conhecer os locais de risco, as famílias que moram nesses locais e suas necessidades. “O aperfeiçoamento e os cursos constantes facilitam o entendimento do trabalho. O serviço foi modernizado, sabemos como agir na prevenção e, também, na resposta em caso de desastres”, afirma.
Estrutura reforçada
O programa de Fortalecimento de Gestão de Risco de Desastre no Paraná atua em três eixos: fortalecimento da infraestrutura de prevenção (aquisição de radares, bases meteorológicas e equipamentos), investimento em conhecimento (mapeamento das áreas de risco e revisão cartográfica do Estado) e a articulação institucional (ampliação das políticas de proteção e defesa civil e a criação do Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres – Ceped).
Também foi criado o Centro Estadual de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cegerd), que reúne informações de diversos órgãos para emitir alerta de desastres aos municípios e faz a gestão em caso de eventos climáticos. Além disso, foram adquiridos 30 veículos, 160 conjuntos de salvamento em águas rápidas e 192 conjuntos para busca e resgate em situações como desabamentos, deslizamentos, incêndios, furacões e vendavais.
Fonte: AEN