Dados do Sistema de Contas Regionais (SCR), divulgados pelo IBGE, apontam que o Paraná registrou em 2020 a maior participação da história na formação do PIB nacional nas duas últimas décadas, com 6,412%
Com um Produto Interno Bruto (PIB) totalizando R$ 487,93 bilhões em 2020, o Paraná chegou ao patamar de quarta maior economia do País, ultrapassando o Rio Grande do Sul. Os dados são do Sistema de Contas Regionais (SCR) e foram divulgados na quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2020, o Estado registrou a maior participação da história na formação do PIB nacional nas duas últimas décadas: 6,412%. Foram produzidos R$ 487.930.593.783 no território paranaense de um total de R$ 7.609.597.000.001 da soma de todos os demais e do Distrito Federal. O recorde anterior tinha sido em 2016 (6,409%).
Na avaliação do governador Carlos Massa Ratinho Junior, o resultado é marcante do ponto de vista histórico e mostra que a economia paranaense suportou a crise provocada pela pandemia, que chegou ao País em março daquele ano. “Alcançamos esse patamar no segundo ano da gestão, após algumas reformas já implementadas, e em um período muito difícil para todos os segmentos da sociedade. Enfrentamos juntos a batalha da pandemia e mostramos que a política que alia investimentos públicos, atração de novas indústrias e gestão fiscal séria é eficiente e dá resultado”, afirmou.
O levantamento aponta que no período analisado, o Paraná foi superado apenas por São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, unidades da Federação cujas dimensões populacionais são bem maiores. Rio Grande do Sul (5°), Santa Catarina (6°) e Bahia (7°) fecham a lista das melhores colocadas no ranking, enquanto Roraima, Acre e Amapá aparecem no fim da lista.
Os números do IBGE indicam ainda que, assim como em outras 23 Unidades da Federação, o PIB do Paraná recuou 2% em 2020, bem menos do que a economia brasileira, que apresentou retração da ordem de 3,3%. O Rio Grande do Sul teve queda de 7,2%, variação mais baixa do Brasil, e Santa Catarina registrou perdas de 2,9%, São Paulo e Minas Gerais tiveram recuos de 3,5% e 3%, respectivamente.
A atividade que apresentou os melhores resultados foi a agropecuária, suavizando os impactos negativos da crise da Covid-19. Em 2020, o Valor Adicionado Bruto (VAB) do setor, variável que difere do PIB apenas pela não imputação dos impostos, cresceu 20,4%, refletindo principalmente a ampliação da produção de soja. O setor secundário do Estado foi afetado pela crise hídrica, prejudicando a produção de energia elétrica, atividade com grande peso na estrutura econômica paranaense.
O diretor-presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Marcelo Curado, destaca que o resultado demonstra a maior resiliência paranaense diante dos limites impostos a determinadas atividades produtivas ao longo de 2020. “O mercado de trabalho e a diversidade econômica do Paraná foram fundamentais nesse resultado, mostrando poder de transformação. O Estado cresceu em participação nacional, enquanto o Rio Grande do Sul perdeu 0,3 ponto percentual no cenário nacional”, disse.
2020 – Ainda no ano de 2020, outros resultados relevantes foram registrados no comércio e na indústria, apesar das perdas no PIB desses dois setores. No primeiro, a receita bruta de revenda de mercadorias atingiu R$ 373,7 bilhões em 2020, de acordo com dados da Pesquisa Anual de Comércio (PAC), também do IBGE, maior valor entre os estados da Região Sul e terceiro do ranking nacional, atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais, que são maiores em termos populacionais.
Cenário de 2022 –A expectativa é de manutenção desse status ao longo dos próximos anos. Segundo o Ipardes, na pesquisa trimestral, o PIB paranaense cresceu 2,94% no segundo trimestre de 2022 em relação ao trimestre imediatamente anterior, dados que mostram que o Estado está acima do índice pré-pandemia (primeiro trimestre de 2020), uma recuperação de 2,32% na economia.
O Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária do Paraná atingiu, em 2021, o maior patamar de sua história, totalizando R$ 180,6 bilhões. No mercado de trabalho, o Paraná chegou a esse ano com um estoque de 2,9 milhões de empregos formais, valor considerado recorde da série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados(Caged). Apenas neste ano já foram gerados 136.816 novos postos de trabalho formais.
Quanto ao tempo de abertura de novas empresas, o Paraná também chegou em outubro ao menor tempo de abertura da história, com apenas 14 horas, melhor registro do Sul.
Em outubro de 2019, o empresário paranaense levava dois dias e 20 horas para abrir uma empresa, ou seja, houve diminuição de 54 horas.