Comumente temos assistido discussões entre pessoas debatendo ciência e economia como se fossem antagônicas. Vamos então entender o que é a ciência. Aristóteles foi quem primeiramente deixou de desprezar o mundo natural do ponto de vista filosófico. Discípulo de Platão, que por sua vez seguia Sócrates, Aristóteles foi o pai da lógica. Nela temos a parte da filosofia que trata do pensamento e operações intelectuais para determinação do que é verdadeiro ou não.
A ciência baseia-se no que chamamos de teste de hipóteses. A busca da verdade com respostas às mais diversas perguntas que enfrentamos no dia a dia é a rotina do cientista, cada um em sua área de atuação. A economia também é uma ciência que analisa a produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Não faz-se ciência sem dados e sem cientistas. Sem ela não temos segurança nos passos que temos que dar nos processos de gestão.
Este antagonismo deve ser combatido por quem ainda preserva pelo menos parte de sua saúde mental em tempos de crise mundial. Os gestores públicos precisam dosar as suas ações olhando a ciência como instrumento para a diminuição de chances de tomadas equivocadas de decisões. Após a globalização, que no meu entendimento existe desde o tempo em que caravelas cruzavam oceanos desbravando novos territórios e ampliando frentes comerciais, a economia passou a depender muito da relação do homem com o meio natural.
Todas as pandemias que já tivemos afetaram consideravelmente a economia mundial. Passamos então a acreditar que a discussão ambiental deixou de ser tema apenas para os cientistas da biologia ou geologia mas também para todos aqueles que “testam” as suas hipóteses de maneira a se aproximar cada mais de acertos. Cuidar da vida, seja ela animal ou vegetal, passou a ser fator econômico mundial.
Por: Raphael Rolim de Moura – Biólogo, Especialista em Gestão e Planejamento Ambiental, Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento. Professor universitário e atualmente ocupa Diretoria na Comec
