segunda-feira, 9
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dezembro
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2024

O Combustível Sintético

Por Raphael Rolim de Moura 

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC) relata que para o aquecimento do planeta não superar 1,5°C sobre as temperaturas da era pré-industrial, é preciso que as emissões de dióxido de carbono (CO2) liberadas pela queima de combustíveis fósseis sejam reduzidas em 45% até o ano 2030. Uma das possíveis alternativas que surgiram nos últimos tempos é chamado de combustível sintético.

Estes combustíveis, embora sendo hidrocarbonetos como os combustíveis de origem fósseis, não são extraídos da terra. Por meio de eletrólise (processo que utiliza eletricidade), o hidrogênio é obtido separando-se os componentes da molécula de água, divide-se gás carbônico em carbono e oxigênio e fica com o carbono e em outro processo industrial, é possível unir o hidrogênio e o carbono, sintetizando-os uma cadeia de hidrocarboneto. Logicamente, se a energia utilizada não for de origem sustentável/ renovável, este processo não é limpo. A multinacional espanhola de energia e petroquímica Repsol, por exemplo, já tem em seu planejamento a construção no porto de Bilbao (Espanha) uma das maiores fábricas de combustíveis sintéticos do mundo. Ainda temos muito a ver de avança nesta área mas retorno o pensamento para o que hoje já é realidade.

Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a matriz energética brasileira é formada por 48,4% de fontes renováveis e 51,6% não renováveis. O Brasil tem mais de 48% de fontes renováveis sendo a média mundial é de 14%. Este dado nos coloca como um país de matriz sustentável. Porém, devemos cada vez incentivar a produção de energia que não precise de grandes reservatórios de água causando impactos ambientais de grande vulto.

O Ministério de Minas e Energia (MME) divulgou há alguns anos um estudo que aponta para um cenário em 2029 onde as hidrelétricas passarão a responder por 42% da matriz elétrica, hoje respondem por 59%. A eólica avança de 9% para 16% e a solar fotovoltaica passará dos atuais 2% para 8%. Estas duas tecnologias são realidades e extremamente viáveis de implantação. Espero que consigamos com muito mais rapidez avançar nestas matrizes.



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