As duas primeiras semanas da Megaoperação Impacto resultaram na redução da incidência de crimes como furtos e roubos, e na prisão de 227 pessoas. Os resultados da operação foram apresentados nesta segunda-feira (10) pelo secretário da Segurança Pública e Administração Penitenciária, Wagner Mesquita, em reunião no Palácio Iguaçu com o governador Beto Richa.
Deflagrada no dia 14 de setembro em Curitiba e Região Metropolitana, e também com ações pontuais no interior, a operação reuniu todas as forças de segurança do Estado com o objetivo de reduzir os crimes patrimoniais – que registraram alta no primeiro semestre no Paraná – assim como em todo o País.
Richa elogiou o trabalho integrado das polícias, que resultou na diminuição dos crimes contra o patrimônio no Paraná em um momento em que os índices de criminalidade aumentam em todo o País. “Reconhecemos o esforço de nossos policiais, o trabalho da Secretaria de Segurança Pública e a integração das polícias nas ações que garantem maior eficiência para combater os crimes e garantir a segurança das famílias paranaenses”, afirmou o governador.
Ele também destacou os investimentos do Governo do Estado na área da segurança pública. “Temos muitos investimentos em andamento, além de ações já efetivadas, como a garantia de melhores condições de trabalho às forças policiais, com avanços salariais e a recomposição dos efetivos”, disse Richa. “Todo esforço tem surtido resultados positivos em favor de nosso Estado”.
RANKING – O governador destacou a contratação de 10 mil novos policiais e a aquisição de novas viaturas para melhorar o policiamento. Richa citou, ainda, o ranking do grupo The Economist que colocou o Paraná como o segundo estado mais competitivo do Brasil. Entre os índices avaliados no estudo, está a área de segurança pública, na qual o Paraná se destaca. “Em dois anos consecutivos, o Paraná ficou em primeiro lugar neste item”, ressaltou.
INTEGRAÇÃO – A Megaoperação Impacto foi planejada pela Secretaria da Segurança Pública como um trabalho integrado entre as Polícias Militar, Civil, Corpo de Bombeiros, Departamento de Inteligência, Departamento Penitenciário, Polícia Científica. Uma das estratégias foi alugar 200 novas viaturas para a PM ampliar o trabalho preventivo e ostensivo nas ruas.
Para o secretário Wagner Mesquita, a locação de viaturas se mostrou positiva para o Estado, tanto na economia de recursos como na agilidade do trabalho policial. “O primeiro lote de 50 viaturas, que foi primeiramente efetivado, já diminuiu a incidência dos crimes de furtos e roubos, notadamente de furtos e roubos de veículos”, informou.
A operação contou ainda com o reforço de cerca de 700 policiais militares que concluem o curso de formação em Curitiba e Região Metropolitana e também com o reforço de policiais que trabalham no setor administrativo. Eles foram destacados para trabalhar nas ruas. Participam da Impacto os helicópteros do Batalhão da PM de Operações Aéreas e também do Grupo de Operações Aéreas (GOA), da Polícia Civil.
RESULTADOS – Nas primeiras duas semanas, de 14 a 30 de setembro, foram presas 227 pessoas, 34 adolescentes apreendidos, 40 armas de fogo apreendidas, 24 veículos roubados foram recuperados, além de apreensão de aproximadamente 500 quilos de maconha, pouco mais de cinco quilos de crack e 27.035 comprimidos de ecstasy. Quase 30 mil pessoas e mais de 13 mil veículos foram abordados em barreiras montadas em pontos estratégicos.
As polícias focaram o trabalho conforme a incidência criminal. Com informações da Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico (Cape), as polícias posicionaram seus policiais e viaturas nos locais e horários com maior registro de ocorrências.
CAIXAS ELETRÔNICOS – Durante esses 16 dias, não houve registro de nenhuma explosão de caixas eletrônicos em Curitiba e região metropolitana – atividade criminosa que também está sendo focada na megaoperação Impacto. Para efeito comparativo, nas duas mesmas semanas de 2015, foram computadas quatro explosões e uma tentativa.
Para coibir a ação de organizações criminosas que explodem caixas eletrônicos, as unidades de elite das polícias Militar e Civil intensificaram as rondas noturnas. Equipes do Centro de Operações Policiais Especiais (COPE) e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) fizeram patrulhas especializadas durante as noites e madrugadas inibindo a ação destas quadrilhas.
BALANÇO POSITIVO – Em termos estatísticos, o balanço destas duas semanas da megaoperação Impacto é positivo. A ação ostensiva e conjunta da Segurança Pública representou um freio nos índices de criminalidade em Curitiba e na Região Metropolitana. Houve uma contenção nos roubos e uma redução nos furtos registrados no período.
Os casos de furto em Curitiba apresentaram uma queda de 0,38% em relação ao mesmo período do ano passado (de 14/9 a 30/9). Em relação aos roubos, a variação ficou praticamente estável, com 1,36% a mais de ocorrências.
Esse número, entretanto, representa uma redução expressiva em comparação aos dados registrados nos três meses anteriores: junho, julho e agosto, quando analisados com 2015. O que se observava, até a deflagração da Impacto, era uma alta nos índices de roubo. “Na situação do País, que vive uma grave crise que reflete na segurança pública, ter um freio nos crimes patrimoniais é uma conquista que temos que comemorar”, avaliou Mesquita.
FREIO – Quando se compara o período de jun/jul/agosto de 2015 com o de 2016, a variação foi positiva, ou seja, aumento nas ocorrências. Analisando os dados de junho de 2015 e 2016, o aumento foi de 36,92%. Em julho, 23,64% e agosto 23,16%.
E em setembro, por conta da Impacto, a variação relativa ao crime de roubo foi de 1,36% em Curitiba – o que significa um freio na alta registrada nos meses anteriores.
O delegado-geral da Polícia Civil, Júlio Reis, afirmou que o trabalho integrado entre as polícias foi fundamental para o sucesso da operação. “Temos uma parceria com a Polícia Militar que envolve troca de informações e de ações conjuntas que garantem os resultados positivos que apresentamos”, disse.
REGIÃO METROPOLITANA – A ação da Impacto também ajudou a conter o avanço da criminalidade na região metropolitana. Os dados de furtos ficaram em 1,20% a mais se comparados com a segunda quinzena de setembro de 2015. E bem abaixo das ocorrências contabilizadas no trimestre anterior. Em junho havia crescido 8,85%, em julho, 10,73% e em agosto 3,49% em variação os respectivos meses de 2015.
O número de roubos também caiu, se confrontado com o trimestre anterior. A variação é 3,37% superior a setembro de 2015, mas bem inferior aos 23,86% a mais computados em junho, 9,18 % em julho e 23,86% em junho fazendo um paralelo com os mesmos meses do último ano.
Fonte: AEN