Um caso atípico, que chamou a atenção das autoridades policiais e comoveu a população. Assim pode ser descrita a ocorrência registrada em Quitandinha, em que uma mãe enterrou seu próprio filho em um matagal, após alegar ter sofrido um aborto espontâneo.
De acordo com a Polícia Militar, o caso teve início no dia 25 de dezembro, quando Jandira Taborda, de 37 anos, moradora da localidade de Cerrinho, procurou o hospital municipal alegando ter sofrido um aborto espontâneo. “A equipe médica acionou os policiais, que ouviram a mulher, a qual disse que teve um aborto e que o feto de cerca de 4 meses teria sido enterrado”, relata o Sargento Rudnilson Witt. Posteriormente, a mãe foi encaminhada para a Mater Dei, em Curitiba, onde foi medicada e liberada.
Nos dias seguintes, a polícia recebeu uma série de denúncias anônimas de que a criança teria um tempo maior de gestação. Os policiais então foram até a residência de Jandira e a interrogaram. “Ela deu várias informações desencontradas e disse que o pai da criança teria colocado dentro de uma caixa e enterrado no cemitério de Cerro Verde, mas negou-se em ir até o local com a equipe”, recorda Rudnilson. A Secretaria Municipal de Assistência Social entrou no caso e, após a visita das agentes, a mãe entrou em contato por telefone informando a localização do feto. “A criança foi enterrada a poucos metros da casa, aos fundos da igreja, em um buraco de tatu. Ao chegarmos ao local, acionamos a Polícia Criminalística e o Instituto Médico Legal (IML), que retirou a terra e encontrou o feto de um menino já formado, com ferimentos na altura da face”, conta Rudnilson. Como a mãe não fez nenhum acompanhamento pré-natal, não foi possível identificar momentaneamente o tempo de gestação, no entanto, acredita-se que seja de 8 ou mesmo 9 meses.
Após relatar a localização do feto, Jandira fugiu para casa de familiares em Curitiba, os quais a levaram à polícia. “Ela então foi transferida para Rio Negro, onde prestou depoimento e disse ter sido a responsável por enterrar o corpo. Também relatou que quando teve o aborto, a criança mexeu um braço e uma perna, mas não soube precisar se estava morta ou não”, detalha Rudnilson. A polícia agora aguarda o laudo da necropsia para saber se o feto já estava sem vida dentro da barriga ou se foi morto posteriormente. “Foi uma ocorrência muito chocante até mesmo para nós policiais. Se constatado que o feto não estava morto quando nasceu, a mãe poderá ser indiciada por homicídio e ocultação de cadáver. O procedimento adotado por ela foi totalmente errado, sendo que o mínimo a ser feito era ter procurado atendimento médico, juntamente com o bebê, no momento do aborto”, pontua Rudnilson.
Jandira foi ouvida e liberada enquanto espera-se o resultado do laudo.