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2024

Júri decide pela absolvição de Dranka e Maahs e condenação de Orvandir e Amilton

Resultado foi divulgado nesta madrugada em Rio Negro
Decisão foi proferida por volta de 2 horas da madrugada deste domingo. Júri do caso das mortes de Loir e Genésio durou mais de cinco dias

 

Considerado um dos mais longos da história da comarca de Rio Negro, o julgamento do caso envolvendo as mortes do prefeito eleito de Piên, Loir Dreveck, e do técnico de segurança do trabalho Genésio de Almeida, teve seu desfecho na madrugada deste domingo (26). 

Após mais de cinco dias intensos de inquirições de testemunhas, interrogatórios dos réus e debates por parte do Ministério Público, assistência de acusação e defesas, o corpo de jurado optou pela absolvição do ex-prefeito de Piên, Gilberto Dranka, e do ex-presidente da câmara de vereadores, Leonides Maahs. 

Os outros réus, Orvandir Pedrini, o Gaúcho, e Amilton Padilha, foram condenados e tiveram as penas fixadas em 36 anos e 48 anos, respectivamente. Os dois condenados passam a cumprir a pena imediatamente.

 

Dranka e advogados destacam resultado do Júri em Rio Negro. Foto: Jose Manoel Diogo

 

O que dizem os advogados

Claudio Dalledone Junior, advogado de Gilberto Dranka, disse que “a absolvição de Gilberto Dranka representa não só a libertação desse calvário que ele passou durante estes seis anos e principalmente durante estes seis dias de julgamento, mas principalmente que um erro ocorreu”.  Segundo o advogado, um erro de quem o teria suspeitado e o indicou como o mandante desse fato trágico que atingiu a tudo e a todos. Para o advogado, a absolvição de Leonides Maahs reforça ainda mais esse erro cometido e isso tem que ser investigado. “Esse crime se trata de um crime de mando, não há nenhuma sombra de dúvidas em relação a isso, mas isso tem que ser investigado de forma adequada. Não se busca o suspeito para depois se correr atrás dos indícios, mas sim, a lógica manda que os indícios levam ao suspeito”, disse. Segundo Dalledone, esse foi um dos erros nucleares que atingiram essa investigação que arrastou Dranka ao julgamento popular. O advogado também comentou o fato do Ministério Público não levar testemunhas ao júri e das perícias no armamento e exames complementares sem autorização judicial, que teriam o intuito de aniquilar aquela arma do contexto probatório. “Essas obscuridades foram evidenciadas e o conselho de sentença, em uma só voz, absolveu Gilberto Dranka e, mais do que isso, disse que o Ministério Público não andou bem”, falou. Segundo o advogado, Dranka recebe a absolvição com alegria e a defesa técnica recebe com naturalidade porque os erros eram enormes desde o início da investigação. “Que por sua vez deveria ter sido fiscalizada pelo Ministério Público, assim não o foi e em não sendo fiscalizada deveria ter tido outro rumo no momento da investigação judicial, quando tiveram aquelas primeiras audiências. Isso não aconteceu e o julgamento pelo Tribunal do Júri, que é uma garantia de todo acusado, veio a dar a cada um o que é seu, dando a Gilberto Dranka o seu lugar de inocente em tudo isso”, concluiu o advogado.

A defesa de Leonides Maahs emitiu a seguinte nota: “LEONIDES MAAHS, por meio de seus Advogados, comunica que sua absolvição no Plenário do Tribunal do Júri – autos 0000357- 16.2017.8.16.0146 -, foi o resultado do desmonte de uma denúncia falaciosa e nitidamente equivocada em sua base. A acusação não conseguiu sequer trazer ao plenário testemunhas ou qualquer outra prova em desfavor de Leonides Maahs, o qual – após longos cinco dias de oitivas de testemunhas, exibição de provas, debates e interrogatórios -, foi absolvido pelo Conselho de Sentença da Comarca de Rio Negro. Referida absolvição é o fruto da análise pormenorizada de todas as provas, e sacramenta a já sabida inocência de Leonides Maahs”. A nota é assinada pelo advogados Nilton Ribeiro de Souza, Elias Bueno Soares, Mithelle Weber Delfino Donha e Camila Barbosa Alves Monteiro.

A defesa de Orvandir também emitiu nota dizendo que “após 6 dias de julgamento, o conselho de sentença, formado por 7 jurados, decidiu pela condenação do nosso cliente, sendo imposta a pena de 36 anos. Ocorre que a decisão do conselho de sentença foi totalmente contrária às provas existentes nos autos imputando ao nosso cliente ações que ele não praticou. O nosso cliente contribuiu com a investigação e com a ação penal, assumiu todos os seus atos de forma cristalina e em momento algum do julgamento se omitiu a assumir a sua responsabilidade, porém não pode ser condenado por atos praticados por terceiros. Assim sendo, a Defesa vai recorrer desta decisão que atribuiu uma pena exacerbada e incompatível com os atos praticados”.

A assistência de acusação da família Dreveck, representada pelos advogados Samir Mattar Assad, Werbevan Paes de Castro e Paulo Henrique Goncalves, disse que os familiares veem com serenidade a decisão do conselho de sentença que optou pela condenação de dois dos quatro acusados e que vai aguardar eventual recurso do Ministério Público para a tomada das medidas jurídicas cabíveis.

Daniel Gaspar e Eloi Dore, advogados da família de Genésio, emitiram a seguinte nota. “Após cinco intensos dias de debates, o corpo de jurados decidiu pela responsabilização criminal de dois dos quatro réus apontados pelas investigações sobre a morte dos senhores Genésio Amarildo e o prefeito eleito Loir Dreveck. A decisão é soberana em seus limites legais e esta assistência aguarda a interposição dos recursos cabíveis para que se chegue enfim a paz social”.

A defesa de Amilton Padilha informou que não irá se manifestar sobre o assunto.

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