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Em dez anos, 390 pessoas morreram em decorrência do câncer de pulmão

Doutor Vinicius Preti alerta para os fatores de risco. Foto: Divulgação

A data de 1º de agosto foi marcada pela celebração do Dia Mundial do Combate ao Câncer de Pulmão, com o objetivo de alertar sobre a importância da detecção precoce para cura da doença, além de conscientizar a sociedade para hábitos saudáveis e preventivos.

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) aponta que este é o primeiro tipo de câncer mais comum em todo o mundo desde 1985, tanto em incidência quanto em mortalidade, e que cerca de 13% de todos os casos novos de câncer são de pulmão. Dados coletados pela reportagem junto ao Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, apontam que entre 2010 e 2019 – último ano com números disponíveis, foram contabilizadas 393 mortes em decorrência de neoplasia maligna dos brônquios e pulmões na região.

O cirurgião oncológico e especialista em Terapia Nutricional do Hospital Erasto Gaertner, Vinicius Preti, explica que o câncer de pulmão é um tumor que, infelizmente, não dá sintomas no início e geralmente é diagnosticado em fases avançadas da doença. “Os principais sintomas são tosse, que pode ter sangue, emagrecimento, dor no peito e falta de ar. Nos casos mais avançados, pode ter dor de cabeça forte, dor nos ossos e na barriga devido às metástases, que é quando o tumor atinge outros órgãos”, detalha o médico, apontando a população mais acometida para a doença. “De 80 a 90% dos acometidos são fumantes, principalmente homens, depois dos 60-70 anos. Mas temos visto casos mais frequentes em pessoas mais jovens”, comenta.

De acordo com o profissional, o diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais para aumentar as chances de cura. “Nos casos iniciais, a cirurgia é a mais indicada. Nos casos mais avançados, geralmente utilizamos a quimio e a radioterapia. A boa notícia é que há uma forma recentemente nova de tratamento chamado imunoterapia, que é um medicamento aplicado uma vez ao mês, que aumenta as chances de vida de quem tem tumor de pulmão em fases mais avançadas. A taxa de cura, para os casos iniciais, é de 70 a 80% no período de 5 anos. Infelizmente, esses valores são bem mais baixos nos casos mais avançados”, afirma Preti, alertando que o cigarro é o principal fator de risco para o desenvolvimento da neoplasia de pulmão. “Se o cigarro não existisse, o câncer de pulmão seria uma doença muito rara. A boa notícia é que, devido à redução do número de fumantes no Brasil, o câncer do pulmão que sempre foi o segundo mais frequente nos homens, em 2020 caiu para a terceira posição, segundo dados do INCA”, explica.

O médico reforça que uma das principais medidas preventivas é não fumar. “Quem já fuma, deve tentar parar o quanto antes. O risco continua aumentada até 15 anos depois que a pessoa parou de fumar. Mas só de ter parado de fumar, o risco vai diminuindo gradativamente. Quem é fumante, deve fazer uma consulta com oncologista ou pneumologista, para saber se há indicação de exame de rastreamento. Mas o que é um exame de rastreamento? É um exame feito para detectar a doença em fases iniciais, quando não há sintomas. O único exame que ajuda no câncer de pulmão é a tomografia, mas é um exame que utiliza radiação. Por isso, é necessário uma consulta com especialista para saber se o indivíduo fumante ou ex-fumante tem indicação de realizar este exame. A tomografia de rastreamento reduziu a mortalidade em quase 30% nos países desenvolvidos por diagnosticar o tumor em fases mais iniciais”, conclui.



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