quinta-feira, 21
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novembro
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2024

ECOnegócio e AGROlogia, esta mistura deveria ser a meta brasileira

Embora alguns indivíduos ainda não aceitem, as mudanças climáticas estão impactando abruptamente na produção agrícola brasileira. Estas mesmas pessoas também creem, provavelmente, que a Terra é plana e que a vacina é ineficaz para o combate de doenças virais. Vamos fugir do fanatismo, da crença em fantasias e da polarização que a política nacional vive. Vamos prezar pela informação técnica validada pela ciência, seja ela ambiental, agrícola ou econômica.

De acordo com o cálculo realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP) e pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio, em 2021, pode chegar em 28% do total nacional, quase 2 pontos percentuais acima do ano de 2020. A pesquisa que apontou este cálculo, justificou este crescimento devido aos valores agrícolas negociados no mercado internacional em culturas como grãos, cana-de-açúcar e café e suas quebras de produção devido ao clima desfavorável em diversas regiões do planeta.

Segundo o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC – ONU) divulgado em agosto de 2021, os eventos climáticos trazem ao menos 2 impactos para o mercado do agronegócio brasileiro: a redução da produtividade e obstáculos para o planejamento. Isso porque 30% do desempenho produtivo depende do clima e a imprevisibilidade climática impossibilita planejar a produção, sem contar problemas fitossanitários que favorecem o surgimento de pragas. A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) afirmou em 2021 que as mudanças climáticas geram perdas na lavoura em cerca de 40 bilhões de reais no Brasil, por conta da redução de produtividade.

Quando refletimos sobre os dados trazidos pelo Cepea, CNA, IPCC e Aprosoja e unimos eles com a informação da Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO), que, quando estuda a contribuição do setor agrícola no mapa de emissões globais, crava os 20%, temos a certeza de que não dá mais para negar: ou o Agro abraça o Meio Ambiente ou o colapso será questão de pouco tempo.

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