O empresário Marcos Tortato, 46 anos, mora no bairro do Campo de Santana, na divisa de Curitiba e Fazenda Rio Grande, e por muito tempo ouvia falar e acompanhava a história da duplicação da BR 116. As obras iniciaram e o primeiro trecho do investimento deverá ser concluído no final do mês de abril. No entanto, a satisfação da duplicação da BR chega acompanhada de algumas preocupações, já que pelo menos 3 bairros ao longo da rodovia poderão perder seus acessos.
Segundo Tortato, 4 dos 5 principais acessos dos bairros Campo de Santana, Tatuquara e Caximba poderão ser fechados com a duplicação da rodovia. “Vamos perder muito com isso, principalmente as empresas que geram empregos por aqui”, conta. A empresária Rita Inês Pelanda, proprietária de um posto de combustível e restaurante no Campo de Santana, relata que as tratativas com a concessionária não têm avançado. “Somamos 38 anos de trabalho e seremos prejudicados se for confirmado o atual projeto da duplicação. Os veículos de carga não irão fazer retornos longos para abastecer, iremos perder com isso”, diz a empresária.
Segundo a Autopista Planalto Sul, haverá dois retornos após a conclusão da duplicação da BR 116, ambos próximos da balança de pesagem de cargas nos quilômetros 127 e 128.
Um grupo de moradores e empresários da região se reuniu e vem promovendo encontros com a concessionária da rodovia e o Instituto de Planejamento e Pesquisa de Curitiba – IPPUC. Segundo eles, o crescimento populacional nesses três bairros foi de 270% nos últimos 10 anos. Sem os acessos, a circulação de veículos dos Bombeiros, Polícia, Samu, vans escolares ficará comprometida, sem contar ainda que muitas empresas ao longo da pista terão que fazer cerca de 15 quilômetros para os retornos previstos. Em alguns casos, a construção de trincheiras e viadutos poderia resolver o problema, porém, essas obras não estão previstas no projeto inicial.