O cultivo da uva é tido como uma rentável alternativa para a tão necessária diversificação da produção agrícola em toda a região. Segundo números do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, a uva gerou em 2017 a receita de R$ 3.210.500,50 para sete municípios da região.
Com a boa perspectiva, os agricultores iniciaram nas últimas semanas a colheita de uma nova safra. Na comunidade do Picacinho, em Piên, a empresa Uva Família Mendes vem gradativamente ampliando a produção. “Em 2011, realizamos o plantio de 2 mil pés de uva bordô, dobrando a área plantada nos dois anos seguintes”, recorda Marcos Mendes. Inicialmente, o produto era comercializado somente in natura, mas posteriormente foi dado início à fabricação de sucos e vinhos. “Com a rentabilidade do negócio, foi possível investir na estrutura necessária. Agora estamos com uma nova sede e qualificando continuamente a produção”, destaca Marcos.
Na safra deste ano, o empreendimento espera colher cerca de 25 toneladas de uva, sendo que 18 mil são comercializados in natura e 7 mil utilizados para a fabricação de suco e vinho. “Com a experiência adquirida, fomos qualificando o manejo e a produtividade melhorou. Neste ano, acredito que teremos nossa melhor safra”, salienta o produtor, que vende o quilo da uva a R$ 3,00, enquanto que o litro do suco e do vinho envazados custam R$ 11,00 e R$ 15,00, respectivamente. “A maior demanda das vendas são as pessoas que vêm até a nossa propriedade. Também temos clientes em toda a região que compram em grandes quantidades”, detalha Marcos. Nos próximos meses, ele quer plantar mais 2 mil pés de uva, mesclando a produção de bordô com branca e rosé. “Atendendo as tendências do mercado e, principalmente dos clientes, vamos buscar diversificar”, enfatiza.
A produção de uva deve se intensificar na região nos próximos anos, tendo em vista que a Cooperante de Campo do Tenente iniciou no último ano um amplo projeto para implantação de uma usina de suco de uva. “Contratamos um estudo técnico que apontou a viabilidade deste investimento. Contatamos com a Embrapa e a Emater para dar o suporte técnico, além de instituições financeiras como o Sicredi, Sicoob e Banco do Brasil para viabilizar financiamentos”, detalha Gilson Fernandes, superintendente executivo da cooperativa.
A efetivação deste projeto está no primeiro estágio, que é o plantio dos parreirais. “No ano passado, foram plantados 15 hectares, envolvendo inicialmente 15 produtores de cinco municípios. Neste ano, vamos plantar mais 30 hectares, cerca de 60 mil mudas, englobando agricultores de mais duas cidades da região”, conta Gilson. A Cooperante pretende a partir do próximo ano contar com uma estrutura para beneficiamento da produção. “Garantimos toda a compra do que for produzido, desde que o produtor seja cooperado e obedeça a todas as normas técnicas. Pretendemos, quando tivermos em pleno funcionamento, produzir 2,5 milhões de litros de suco”, planeja Gilson.
A Cooperante realizou no último dia 15 uma reunião com os agricultores interessados em participar deste projeto. “Estamos já preparando os produtores que queiram realizar o plantio no ano que vem. É um trabalho coordenado e que acreditamos que em breve terá um grande sucesso”, concluiu Gilson.
