Café colonial e festa do morango são alguns dos atrativos que derivaram da produção do fruto em cidades do suleste paranaense, sendo também uma alternativa de renda para a agricultura familiar
O cultivo do morango vem, há alguns anos, se destacando como alternativa de renda para muitas famílias do suleste paranaense, fomentando a economia local e sido um atrativo turístico e gastronômico para as comunidades rurais da região.
Dados do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de 2023, divulgados no ano passado pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, indicam que os dez municípios locais faturaram, juntos, R$ 58,2 milhões com a produção de morango.
Na propriedade da família Fuerst, em Campo Novo, Piên, a virada de chave para entrar na fruticultura foi o desejo de diversificar a atividade do campo, parando com o plantio de fumo. “Decidimos produzir morango porque queríamos parar com o plantio de tabaco, porque a princípio era apenas eu e meu pai na atividade pois minha mãe não podia ajudar devido aos problemas de coluna que ela tem. Hoje temos 4,5 mil pés de morango plantados e uma produção para que as mudas mantenham uma qualidade boa é de um quilo por ano”, compartilha a jovem Rafaela, que além do cultivo da fruta, decidiu criar um projeto inovador aliando o morango com café colonial com produtos caseiros. “Após a experiência de colha e pague na estufa, muitas pessoas sugeriram de fazer algo após a colheita para desfrutar o espaço acolhedor”, complementa.
Segundo a produtora, assim surge o ‘Café e Morangos da Rafa’, que tem atraído uma série de visitantes semanalmente. “Os salgados são preparados antecipadamente e conservados no freezer, os bolos são feitos no mesmo dia para ter o sabor fresquinho, também fazemos a geleia o mais próximo possível da visita. Cada detalhe aqui, desde o guardanapo até as comidas, é feito com muito carinho para acolher os visitantes”, conta.
Rafaela ainda relata que, desde que começaram as atividades, no final do ano passado, os atendimentos vêm crescendo. “Primeiro vieram alguns amigos e assim foi se espalhando a notícia do café e ficamos muito felizes com o povo procurando. Neste próximo mês, por exemplo, estamos com a agenda fechada”, finaliza.

Foi também no morango que o agricultor Joelmo Nogueira e sua família, da localidade de Papanduva, em Agudos do Sul, buscaram um escape do tabaco, investindo em estrutura e na qualidade das mudas para avançar na produtividade. “O morango é possível fazer a produção em uma área menor e hoje estamos cultivando 10 mil plantas, com média de 1,2 mil quilos por mês. A rentabilidade média é de R$ 1 mil a cada mil pés de morango mensal”, explica.
Tido como o maior produtor de morango do município, Nogueira comercializa seus produtos para o mercado local e cidades de Santa Catarina. “Nosso morango é vendido na região e para Joinville, Blumenau e outras cidades catarinenses”, comenta o agudosulense, que também foi um dos idealizadores da Festa do Morango, realizada anualmente no mês de outubro na Capela São Sebastião. “Tivemos a ideia de fazer a festa aqui na localidade de Papanduva, evento que conta com a venda de derivados de morango, como geleias, sucos e cucas. Graças a Deus a produtividade tem sido positiva e a aceitação da festa também, crescendo ano após ano”, conclui.