A queimadura de uma criança de apenas 1 ano, enquanto tomava banho no Cmei Pequenos Brilhantes, em Campo do Tenente, ganhou repercussão nacional nos últimos dias. O caso, que aconteceu na última sexta-feira, resultou no afastamento das profissionais envolvidas e vem sendo investigado pelo Ministério Público.
Nesta semana, a equipe de O Regional conversou com a coordenadora da creche, a professora e a estagiária envolvidas. Segundo elas, que pediram para não serem identificadas por motivo de segurança, por volta das 16 horas, a estagiária já havia banhado quatro de um total de sete crianças. Terminando o quinto banho, o chuveiro explodiu e a água teve um superaquecimento, atingindo a criança que estava na banheira. Em seguida, a estagiária chamou a professora e a coordenadora, as quais não conseguiram em um primeiro momento contatar os pais da criança e acionaram os familiares. Posteriormente, as professoras foram até a casa da mãe do aluno e, na companhia dela, se deslocaram a um pediatra particular, o qual constatou queimaduras de primeiro e segundo grau na barriga, mão, coxa e nas partes genitais, receitando medicamentos para dor e pomadas, os quais foram custeados pela creche. De acordo com as educadoras, a mãe foi deixada em casa com a criança e a creche se comprometeu em ajudar no que fosse necessário. Paralelo a isso, a direção da creche solicitou à prefeitura a troca do chuveiro para que não houvesse mais acidentes, o que aconteceu ainda na sexta-feira. O equipamento danificado foi descartado no lixo e somente parte dele foi encontrado.
No dia seguinte, as professoras foram chamadas pelo Conselho Tutelar para esclarecimentos e tiveram a informação de que a criança havia sido hospitalizada. “Recebemos fotos e ficamos chocadas com as lesões causadas. Quando procuramos atendimento médico, as partes atingidas apresentavam apenas vermelhidão”, recordam as professoras, que se assustaram com a repercussão. “Nossa maior preocupação está na saúde da criança, o que aconteceu foi um acidente, jamais algo que teria sido causado de forma intencional. Não estamos dormindo direito e evitando sair de casa, as pessoas têm nos julgado de uma forma muito cruel”, lamentam. As professoras estão prestando esclarecimentos e querem provar a inocência, não descartando trocar de função na sequência.
A secretária municipal de Educação, Marilene Hornick, lamentou o ocorrido e os ferimentos causados à criança. “Estamos preocupados com a saúde do aluno e nos machucou bastante saber do sofrimento dele. Mas é necessário que as pessoas saibam que não foi algo proposital, as professoras envolvidas têm experiência e eu sei o zelo que elas têm com as crianças. Estamos prestando todos os esclarecimentos e pedimos que as pessoas não façam julgamento precipitado e sem conhecimento”, salienta.
Após o registro do incidente, o prefeito Jorge Quege instaurou um processo administrativo para apurar o caso. “É uma situação inadmissível e estamos investigando. Deixamos à disposição da família todo o apoio necessário e nos solidarizamos com eles”, destaca Quege.
A criança foi encaminhada para o Hospital Evangélico de Curitiba, onde passou por procedimentos cirúrgicos. Segundo informações extraoficiais, o quadro está estável, mas sem previsão de alta.