Cresce o número de escolas ocupadas

O número de escolas ocupadas por estudantes contrários à medida provisória 746, que prevê a reforma do ensino médio em todo o país, continua crescendo no Paraná. Desde o dia 3 de outubro, escolas estaduais vêm sendo ocupadas como forma de manifesto à proposta do governo federal. Na região, instituições de ensino de Fazenda Rio Grande, Lapa, Mandirituba e Rio Negro estão tomadas.
No último domingo, o governo estadual decretou recesso escolar entre segunda-feira e hoje nas escolas ocupadas, buscando chegar a um acordo para a desocupação dos locais. Além disso, a estimativa é que o calendário letivo de 2016 não seja encerrado em dezembro, podendo se estender até fevereiro de 2017.
No Colégio Doutor Décio Dossi, de Fazenda Rio Grande, que é um dos estabelecimentos ocupados na região, estudantes até concordam que é necessário uma reforma no ensino, mas não da forma como foi proposta. Os alunos contam que o colégio está ocupado desde o dia 10 e que, quanto ao Enem, que é uma das preocupações, estão sendo realizados aulões preparatórios.
Nos estabelecimentos ocupados outras atividades estão sendo desenvolvidas. Na Fazenda Rio Grande, houve, por exemplo, debate sobre empoderamento feminino. Os estudantes estimam que maioria dos envolvidos nos protestos são mulheres. Outra questão paralela na área da educação é que professores de muitos colégios aderiram à greve da categoria no estado, ou seja, a paralisação das aulas em parte dos colégios é por dois motivos.
Governador diz que não há justificativa para ocupação
O governador do Paraná , Beto Richa, declarou recentemente que não tem justificativa para a ocupação das escolas estaduais. Richa destaca que os protestos já deviam ser encerrados porque o governo abriu diálogo e ele foi pessoalmente levar as propostas dos estudantes para o governo federal. Beto Richa suspeita que há um viés político e partidário por trás das ocupações. “Estranhamos que toda essa movimentação só esteja acontecendo no Paraná”, disse. O governador relatou ainda que uma ampla pesquisa feita pela Secretaria Estadual da Educação junto aos estudantes, pais e professores foi entregue ao ministro da Educação. “Ninguém nega que é necessária uma modernização do ensino médio, mas existe uma grande rejeição quanto à forma que está sendo proposto”, acrescentou.