O calendário escolar da rede estadual de ensino ficou prejudicado neste ano com a realização de uma greve de professores. A paralisação, que envolveu grande parte dos educadores, ocorreu em abril. A greve afetou muitos colégios por todo o suleste paranaense e, agora, eles estão tendo que elaborar cronogramas de reposição de aulas.
Nos últimos dias, o Núcleo Regional de Educação da Área Metropolitana Sul, em reuniões promovidas em algumas cidades, passou algumas orientações quanto ao assunto. Grande parte dos estabelecimentos da região deverá optar por utilizar a primeira semana das férias da metade do ano para repor as aulas. Os cronogramas devem ser aprovados pelo núcleo e outro ponto levado em consideração é o transporte escolar, gerenciado pelas prefeituras.
O Colégio Estadual Miguel Franco Filho, de Contenda, onde quase a totalidade dos professores aderiu à greve, já está com o cronograma definido. “A orientação é de que a reposição deve acontecer, pois devem ser completados os 200 dias letivos aos alunos”, relata a diretora auxiliar, Jocinara Cora Silva. Segundo ela, são cinco dias a serem repostos e, para isso, será utilizada a primeira semana de férias, de 30 de junho a 4 de julho.
A diretora do Colégio Rui Barbosa, de Agudos do Sul, Keila Fagundes, expõe dificuldades para realizar reposição aos sábados, tanto por empecilhos do transporte quanto pela própria resistência de alunos. Ela explica que, como as datas de jogos do Brasil na Copa do Mundo também não poderão ser utilizadas, um dos dias de reposição pode vir a ser a sexta-feira após o feriado de Corpus Christi e os demais ocorrerão também na primeira semana do recesso da metade do ano. Em Agudos, todos os professores da rede aderiram à greve e são cinco dias a serem repostos.
Em Piên, o Colégio Frederico Guilherme Giese terá que repor seis dias. A greve dos educadores do estabelecimento foi parcial. Segundo a diretora, Simone Wendrechovski, uma das datas de reposição será 24 de maio, um sábado. Os demais cinco dias serão repostos também na primeira semana de férias. “A utilização de outros sábados ficaria comprometida por causa de professores em curso”, comenta.
O agricultor e pai de estudante, Mauri Liebl, da comunidade de Gramados, Piên, não concordou com a greve. “Eu acho justo os professores lutarem por seus direitos, afinal estudam para isso, mas os que saíram prejudicados foram os alunos”, diz ele. A filha dele, Silmara Liebl, que está no 9° ano do ensino fundamental, tem levado ultimamente muitas tarefas para casa. “Às vezes ela fica até tarde da noite fazendo as tarefas e imagino que seja para recuperar o tempo perdido com a greve. Com a reposição das aulas no sábado eu até concordo, mas tem que ver a questão da catequese, que também é no sábado”, complementa Mauri.