Ação visa conscientizar para os riscos do desenvolvimento da doença e cuidados necessários. Em dez anos, cidades da região tiveram 84 óbitos em decorrência de melanomas e outras neoplasias malignas de pele
Ao longo deste mês, atividades da campanha Dezembro Laranja buscam conscientizar a sociedade para a prevenção ao câncer de pele, considerado um dos mais incidentes entre a população brasileira. A ação é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Dermatologia, com apoio de demais órgãos de saúde, com o intuito de alertar para os riscos do desenvolvimento da doença, fazendo orientações sobre a proteção necessária.
Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam para cerca de 185 mil novos casos da enfermidade anualmente no Brasil. Números regionais, obtidos junto ao Sistema de Informações sobre Mortalidade (Sim), do Ministério da Saúde, apontam que entre 2010 e 2019, os óbitos por melanoma e outras neoplasias malignas de pela somaram 84 nas dez cidades locais.
O chefe do Serviço de Pele e Melanoma do Hospital Erasto Gaertner, doutor Leandro Carvalho Ribeiro, explica que os tumores de pele estão divididos em dois grupos, conhecidos por melanoma e não melanoma. “O melanoma, normalmente, vem de pintas. É o mais agressivo, mas, felizmente, não é o mais comum. Já o não melanoma, vem de uma ferida que não cicatriza e que passa de quatro semanas, e este é o mais prevalente”, comenta o profissional, explicando sobre os sinais que podem identificar o câncer de pele por meio de uma pinta. “Quando se fala em pinta, devemos pensar, obrigatoriamente, em melanoma. Quando olha essa pinta faz um ‘ABCD’ na cabeça: A de assimetria, B de bordas, C de coloração e D de diâmetro maior que 6 milímetros. De uma maneira mais técnica, chama-se de ABCD, e para o paciente leigo, é uma pinta que muda de coloração, de tamanho e de repente começa a coçar”, detalha.
Segundo o médico, o autoexame é uma das maneiras que possibilitam identificar a doença e enaltece que as chances de cura estão relacionadas a precocidade do diagnóstico. “Câncer de pele é diagnosticado por exame clínico, físico e biopsia. Lembrando que o que salva é diagnóstico e tratamento precoce”, comenta.
A presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia regional Paraná, Paula Schiavon, atenta sobre situações de risco para o desenvolvimento da patologia. “Se você mora numa área muito ensolarada, tem pele clara, cabelo e olhos claros ou se já sofreu várias queimaduras solares, você é uma pessoa que tem fator de risco para o câncer de pele”, pontua.
Fazendo o alerta que os cuidados com a pele devem ser adotados desde a infância, a médica reforça o uso de filtro solar e demais itens que auxiliem na proteção. “É muito importante que sejam usadas medidas auxiliares de proteção solar, como bonés, chapéus, óculos, guarda-sol, e roupas com FPU, que é o fator de proteção solar próprio dos tecidos. O melhor filtro solar é aquele de fator alto e que no verão seja resistente à água”, orienta.