quinta-feira, 21
 de 
novembro
 de 
2024

Caminhada macabra

Hora do Causo. Arte: O Regional
Era uma quarta-feira de manhã e tudo estava dentro da normalidade na redação, até que chega para nós um vídeo em que uma noiva – essa suspostamente em espírito – estaria assombrando moradores de um bairro na área rural de Mandirituba. O assunto, inicialmente apenas comentado pela equipe, posteriormente rendeu mais de uma hora de conversa na recepção do jornal.
Na pauta da reunião informal, relatos de aparições sobrenaturais e lendas que já quase estariam esquecidas no imaginário local. Corpo seco, visagens, bolas de fogo, ciclista fantasma, lobisomem… Foi daí para pior, podemos dizer assim.
Porém, a conversa que era para ser algo de brincadeiras, jogada fora, rendeu uma ideia: criar uma série de reportagens resgatando as histórias que o vovô e a vovó contavam e que arrepiavam até o último fio de cabelo. A iniciativa foi acolhida de forma unânime.
A partir de então, começou toda a movimentação para colocar em prática o projeto, com a criação do nome da série, busca por personagens, artes para divulgação. Surgia então a ‘Hora do Causo’, que vai resgatar memórias e lendas que fazem parte da história das cidades locais.
Histórias de assombrações, visagens e aparições misteriosas. Quem nunca vivenciou momentos ao redor do fogão com os avós fazendo seus relatos assustadores?
É hora de reviver os fatos que assustaram e ainda assustam muitas pessoas. É ‘Hora do Causo’. Trazemos em nosso primeiro relato, a moradora Bernadete Wollner, de Piên. Ela compartilhou conosco episódios macabros e sem explicação em uma estrada que passa nas proximidades de sua casa.

 

Caminhada macabra

Bernadete Wollner relata caminhadas macabras em Trigolândia, em Piên. Foto: Arquivo/O Regional
Bernadete Wollner relata caminhadas macabras em Trigolândia, em Piên. Foto: Arquivo/O Regional

A primeira frase dita por Bernadete Wollner quando nos recebeu foi: “Duvido quem passe por essa estrada à noite’. Quando ouvimos isso já imaginamos que o que estava por vir não era brincadeira, mesmo optando por fazer essa primeira reportagem durante o dia.

Bernadete, moradora de Piên, nos recebeu em sua casa, na localidade de Trigolândia, em uma área cercada por mata, onde os únicos sons que prevalecem são dos pássaros e da natureza. O que ela queria compartilhar se tratava de algo que ninguém conseguia (ou gostaria) de explicar.

Ao iniciar a conversa, a pienense deixou claro que nunca viu nada, mas que tinha ouvido coisas que não gostaria de ter ouvido. “Esse é um acontecimento que vem de anos. E dizem os mais antigos que não se pode contrariar esse tipo de história que o povo conta. Na estrada onde moramos, conhecida como Fundão, ao caminhar por esse trajeto à noite é possível ouvir muitos barulhos estranhos, como se alguém estivesse acompanhando. Se você para, o barulho para, se você começa a caminhar, o som volta”, relata.

A moradora compartilha que já testemunhou este episódio algumas vezes, mas que outras pessoas viram coisas que, segundo ela, não gostariam de ter visto. “Teve uma pessoa que duvidou disso e que em uma noite acabou vendo algo que o assustou e nunca mais quis passar por ali”, conta Bernadete, relatando ainda um ocorrido com uma senhora que por anos morou na região. “Uma moradora relatou que viu muitas coisas. Em um dos episódios, ela retornava de um ‘bailinho’ e encontrou uma cavaleiro nesta estrada. Cumprimentou o homem e quando passou por ela, o indivíduo acabou sumindo”, detalha.

Assim como muitas lendas que circulam pela região, há várias teorias para explicar as aparições misteriosas. Bernadete acredita que uma das explicações sejam as chamadas panelas de ouro. “Muitas pessoas antigamente costumavam enterrar suas riquezas, como joias e pepitas de ouro. Acabava que seus donos morriam e esses tesouros nunca eram encontrados e, então, as almas aparecem para sinalizar onde está enterrada a panela”, comenta a pienense, afirmando que não é qualquer um que tem essas visões. “Dizem que o falecido aparece para a pessoa certa, a quem merece ganhar o ouro”, complementa.

Apesar de tantas indagações sobre o assunto, Bernadete mais uma vez enaltece que não brinca com esse tipo de assunto. “Na hora que presencia isso, dá uma sensação ruim, mas você continua a caminhada sem olhar para trás. Eu não arrisco, porque prefiro não ver”, finaliza.

 

 

 

 

 

 

 

A Estrada – Quer conhecer essa estrada que causa arrepios em quem passa por ela à noite? Acesse vídeo.

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