O vídeo de um grupo de brasileiros induzindo uma mulher russa a falar palavras em português de baixo calão saiu do país sede da Copa e chegou por aqui no último final de semana. A repercussão foi imediata. A brincadeira, se é que dá para chamar dessa forma, foi de um mau gosto sem tamanho, e pior, está sendo motivo de abertura de investigação por parte do Ministério Público Federal a fim de apurar crime de injúria. Além disso, o vídeo é uma demonstração pura de preconceito e discriminação.
Nesta semana falou-se de outros dois vídeos feitos por brasileiros que estão na Rússia com as mesmas características e o mesmo padrão inaceitável de machismo. Em um deles, inclusive, aparece um funcionário da empresa aérea Latam, que rapidamente emitiu uma nota a respeito e informou a demissão do rapaz. No vídeo mais comentado há um jovem advogado e ex-secretário de turismo da cidade de Ipojucá, de Pernambuco, que fez a OAB estadual se pronunciar e condenar a atitude. Também foi identificado no vídeo um policial militar da cidade de Lages, Santa Catarina, que segundo seus superiores vai responder processo interno por conta da referida atitude.
Nem todos os envolvidos e autores dos vídeos foram identificados, o que não deve demorar muito. E, diga-se de passagem, é mais do que necessário que todos sejam expostos à sociedade, especialmente onde vivem e convivem.
Todos eles são verdadeiros responsáveis pela produção de tamanha vergonha nacional.
Esse fato nos leva a diversas reflexões e vale a pena citar algumas delas. Como pode um grupo de pessoas que viaja para um evento festivo e com tamanha representatividade gastar seu tempo com atitudes que atualmente são das mais repudiáveis? Numa época em que não existe mais segredo e que qualquer envio em rede social explode para o mundo em segundos, qual o prazer em filmar e querer expor algo tão reprovável? E num grupo de mais de duas ou três pessoas não há pelo menos um individuo com sensatez e a noção do ridículo? Por fim, a referida iniciativa é uma prova real de como você pode estragar sua vida e jogar toda uma carreira pela janela.
Foram inúmeras as manifestações, de anônimos e famosos, condenando o que fizeram esses brasileiros na Rússia. E há de se concordar, merecem todo repúdio. Esses vídeos e as conseqüências que produziram e ainda vão produzir, devem servir de discussão na família, nas escolas, nos grupos de jovens, nas células da igreja, entre outros, como forma de reflexão sobre postura, retidão, caráter, responsabilidade e tantos outros adjetivos importantes que formam a conduta de uma pessoa e a impedem de promover algo semelhante.
Para esses cidadãos brasileiros a Copa nem precisa terminar, eles já são os campeões da vergonha mundial.