A jovem pienense Michela Pscheidt Machado sofreu um acidente de moto em abril de 2018. Ela estava fazendo estágio na escola do Campo Novo, na mesma instituição onde sua mãe era diretora. A moça ia trabalhar diariamente de manhã de moto e no dia do acidente, saiu, e logo sua mãe, que já estava na escola, ligou para a irmã de Michela, avisando que ela teria colidido com uma van escolar.
“A princípio pelo que minha mãe sabia ela estava bem e alguns conhecidos que passaram lá e o motorista já estavam levando ela pro hospital por precaução, então avisei meu pai que estava em casa. Enquanto isso, minha mãe também veio da escola e os dois foram pro hospital ver como ela estava. Como eu e meu irmão ficamos em casa, pois achávamos que ela estava bem, acabamos não tendo as notícias reais da situação dela. Minha mãe me falava por mensagem que ela estava bem, mas ia ter que ir pra Curitiba pra fazer exames”, conta a irmã Letícia Pscheidt Machado.
A transferência de Michela demorou, de acordo com Letícia, já que, segundo ela, o acidente ocorreu antes das 8 horas da manhã. No período da tarde, os irmãos da vítima, estavam em casa, quando suas tias foram ver como eles estavam.
“Foi então que eu percebi que a situação da Mi era mais grave do que minha mãe estava me passando, fiquei sabendo que ela estava em coma e que precisaram chamar uma ambulância com UTI móvel para fazer a transferência dela, meus pais foram a Curitiba no mesmo dia, fazer o internamento e saber como ela estava”, conta Letícia.
Michela foi internada no Hospital Cajuru, onde fizeram vários exames e, no primeiro momento, não era nada grave, mas ela permanecia em coma. Os pais da jovem retornaram para casa, pois não tinha nada que preocupasse nos exames. No dia seguinte, a família foi no horário de visita para saber como ela estava.
“Foi então que veio o choque, quando entramos na sala de espera da UTI, a psicóloga nos chamou o nos levou pra uma sala conversar com alguns médicos, um neurologista havia passado na UTI à noite e percebeu que os movimentos dos olhos da Mi não estavam normais e pediu pra fazer um exame na cabeça e foi nesse exame que apareceu que ela estava com uma artéria afetada, é como se fosse amassada a artéria e isso não deixava que os nutrientes passassem por ali”, narra.
Foram quase 30 dias na UTI e três dias no quarto, a família ia todo dia de manhã e à tarde, para não deixar a jovem se sentir sozinha. Com o passar dos dias, ela foi melhorando. Mas, chorava muito, pois não sabia o que estava se passando. “Quando ela veio para casa ainda não sabia o que estava acontecendo, mesmo estando consciente, com a memória preservada, não sabia que tinha sofrido um acidente. Foi com o passar do tempo que ela entendeu”, conta a irmã.
Com a oclusão da artéria, os médicos do Hospital Cajuru deram o laudo de Síndrome do Encarceramento, uma doença onde a pessoa fica presa dentro do próprio corpo. Mas, em consulta com outros profissionais, a equipe médica verificou que, pelos resultados dos exames, Michela teve um traumatismo craniano seguido de AVC. O que a fez perder os movimentos e a fala.
Há um ano, a família está morando em Joinville, para que Michela faça fisioterapia e PediaSuit – indicado para tratamentos de desenvolvimento motor e coordenação motora. Além de acompanhamento com fonoaudióloga, terapeuta ocupacional, massoterapia e equoterapia. Após três anos do acidente, a jovem já teve uma evolução, pois de acordo com médicos, a moça não conseguiria se alimentar sem sonda. Hoje, respira e come bem.