Alunos da região participaram de mais uma edição do programa de intercâmbio Ganhando o Mundo, tendo a oportunidade de aprender língua inglesa e conhecer o ensino em países como Austrália, Canadá e Nova Zelândia
Do embarque marcado por apreensão e expectativas ao retorno com uma bagagem repleta de boas histórias, aprendizado e novas experiências, além da saudade dos familiares. Este é um resumo da oportunidade que alunos da região tiveram com o Ganhando o Mundo, programa de intercâmbio promovido pelo governo do Estado.
Os embarques ocorreram no início do ano e a volta para casa foi há poucas semanas. Com duração de um semestre letivo, alunos de todo o Paraná, incluindo as cidades da região, fizeram estadia em destinos diferentes, como Austrália, Canadá, Estados Unidos, Inglaterra e Nova Zelândia. Além da cultura local, os estudantes tiveram contato direto com a língua inglesa e puderam conhecer o sistema de ensino do país que os acolheu.
Juliana Mundt, do Colégio Rui Babosa, de Agudos do Sul, que teve como destino a Austrália, conta que a preparação para o Ganhando o Mundo vinha de muito tempo, com muita dedicação aos estudos, até o resultado da seleção. “Houve a preparação para o passaporte e na parte burocrática dos documentos. Eu já tinha o inglês bom antes de viajar, porque tenho convivência com a língua em casa, porém, o governo disponibilizou uma plataforma para que pudesse conversar com pessoas nativas, para se acostumar e não sofrer um choque quando chegasse lá”, relata.
Após todo o certame concluído, a jovem, com o apoio e orgulho dos pais, embarcou para a Austrália, onde foi acolhida por sua ‘nova’ família. “O governo de Queensland, estado onde fiquei, tem uma burocracia em que os intercambistas não podem ficar em casa de desconhecidos, devem ficar com pessoas que a escola já conhece. A escola também faz uma monitoria para ver se a casa está em boas condições para receber o aluno. Com a família que fiquei, todos me acolheram muito bem”, comenta a Juliana, apontando que a principal dificuldade no início foi a adaptação com o meio de ensino. “A forma de ensino é muito diferente do sistema brasileiro, em que estamos acostumados com bastante matérias e provas que valem mais que os trabalhos. A metodologia australiana se preocupa com a mentalidade e ensino dos alunos e há uma preparação para a vida adulta e trabalho, ou seja, nós escolhemos as matérias de acordo com o que queremos para nossa vida”, conta.
Por fim, Juliana aponta que o impacto que impacto que o intercâmbio teve em sua vida foi expressivo. “Eu pretendo voltar para a Austrália, para fazer uma faculdade, estudar de uma forma mais ampla e conseguir me formar. O Ganhando o Mundo teve esse impacto de mudar minha visão de futuro e da questão de saber de que nada é impossível”, finaliza.
O jovem Gabriel Carlin Schmanski, foi o primeiro estudante do Colégio Estadual Alfredo Greipel Junior, de Piên, a participar da iniciativa, viajando para a Nova Zelândia. “Uma vez selecionado, passei por uma série de orientações sobre o país de destino, também sobre aspectos culturais e acadêmicos. O embarque foi uma fase emocionante, marcada por uma mistura de nervosismo e expectativa. Ao chegar na Nova Zelândia, fui recebido com bastante afeto e hospitalidade. A família que me acolheu era muito simpática e estava bem preparada e eles fizeram um esforço para me integrar rapidamente na rotina da casa e me apresentaram à cultura local, o que ajudou na minha adaptação”, detalha.
Segundo Schmanski, o maior desafio foi a adaptação ao novo sistema educacional e à diferença no ritmo e nas expectativas acadêmicas. “Além disso, o choque cultural e a saudade de casa foram obstáculos significativos, mas com o tempo e a ajuda da família anfitriã, fui conseguindo superar esses desafios”, diz o estudante, comentando como o ensino neozelandês. “O sistema educacional na Nova Zelândia tinha métodos de ensino diferentes, como uma abordagem mais prática e participativa. As aulas eram mais interativas e os professores incentivavam uma maior autonomia dos alunos, o que contrastava com o modelo mais tradicional ao qual estava acostumado aqui no Brasil.
O pienense afirma que a participação no intercâmbio contribuiu para sua formação pessoal ao aumentar a confiança e adaptabilidade. “Profissionalmente, acredito que as habilidades adquiridas, como a comunicação intercultural, capacidade de resolver problemas em ambientes diversos, assim como o aprimoramento do conhecimento e da prática do inglês, serão muito valiosas no futuro. O intercâmbio foi uma experiência transformadora que me permitiu crescer de várias formas. A possibilidade de viver em um país diferente e entender novas perspectivas foi enriquecedora e inesquecível”, conclui.
Também de Piên, representando o Colégio Frederico Guilherme Giese, Yasmin Oliveira Santos teve sua experiência no Canadá. “Ao saber que tinha essa oportunidade, comecei a me esforçar mais para buscar isso [intercâmbio]. Quando fui selecionada, fiquei muito feliz, mas também foi um choque, por eu iria sair do meu país para viver com pessoas que não conhecia, em um lugar que não conhecia e uma língua diferente. Mas ao chegar lá, a família foi muito acolhedora e sempre me ajudou quando precisava”, compartilha.
Yasmin conta que a língua foi seu maior desafio nos primeiros dias, além da adaptação com o método de ensino. “No começo foi difícil para me comunicar e precisava usar o tradutor, mas com o tempo eu fui evoluindo e comecei a falar fluentemente. A forma como eles estudam é diferente, pois lá são apenas cinco matérias no semestre e é possível escolher as disciplinas”, pontua.
Com participação ativa no esporte, a jovem também levou seu talento para o Canadá. “Um momento marcante foi entrar para o time de vôlei, jogando campeonatos e nosso time sendo campeão”, conta Yasmin, enaltecendo a contribuição do intercâmbio em seu futuro. “A formação em outra língua, ir para outro país, aprender coisas novas e estar lá sozinha, sendo uma missão de responsabilidade. Foi um tempo marcante e que levarei para minha vida, com o desejo de voltar um dia, para fazer universidade”, finaliza.