Após uma semana movimentada no fórum da comarca de Rio Negro, da qual Piên faz parte, a sentença de pronúncia foi de que os acusados dos crimes que resultaram na morte do prefeito eleito Loir Dreveck e do técnico de segurança do trabalho Genésio de Almeida vão a júri. Foi pronunciado para eles serem submetidos ao tribunal popular.
A decisão proferida pelo juiz da comarca de Rio Negro, Rodrigo Morillos, na noite da última sexta-feira, após três dias de audiência, também mantém a prisão cautelar deles. Foram ouvidas cerca de 40 testemunhas, além dos réus. O atentado contra o prefeito eleito de Piên ocorreu em dezembro do ano passado, na semana seguinte ao crime contra Almeida, que teria sido morto por engano. Por isso, os réus respondem por dois homicídios, com quatro qualificadores cada.
Entre os acusados estão o ex-prefeito Gilberto Dranka e o ex-presidente da câmara Leonides Maahs, tidos como mandantes. Os outros dois réus são Amilton Padilha, acusado de ser o atirador, e Orvandir Pedrini, tido como intermediário entre mandantes e executor.
Samir Mattar Assad, advogado das famílias de Dreveck e Almeida, diz que a avaliação é de que a justiça está sendo feita. “A audiência corroborou com o trabalho primoroso da polícia em investigação conjunta com o Ministério Público e que está dando uma resposta à altura”, avalia. Segundo ele, ficou comprovada a autoria.
Por outro lado, o júri, que poderia ocorrer neste ano caso não houvesse recurso, deve acontecer somente em 2018. Isto porque, segundo o advogado, já houve apresentação de recurso por parte da defesa e também do Ministério Público. O ministério teria recorrido pelo fato de ter sido retirada a acusação de associação criminosa. O julgamento dos recursos pelo Tribunal de Justiça do Estado do Paraná deve ocorrer em quatro meses ou mais.
Defesa – O advogado de defesa de Gilberto Dranka, Claudio Dalledone Junior, diz que o quadro atual é de restabelecimento da verdade. “Longe das vozes das ruas tentando fazer crer que Gilberto Dranka é o autor intelectual desta morte”, declarou. Ele disse que está sendo feito um trabalho advocatício para provar a inocência de seu cliente. “Essa primeira fase é de conhecimento e não vai atribuir culpa a ele de forma nenhuma. Nós teremos outros instantes processuais e tudo isso vai ser trabalhado até se chegar ao que ele merece que é ser absolvido dessas acusações”, citou o advogado. Segundo ele, o que se tem são indícios que a polícia acreditou, interpretação de quatro interceptações telefônicas que na sua visão não indicam que Dranka tenha participado de absolutamente nada. “Depois tem uma triangulação de dados telefônicos, de pessoas que eram do trato dele, tanto o Orvandir que fazia a manutenção em algumas carretas dele, quanto o próprio Leonides, que era um vereador da base aliada do governo dele, e que eles tinham comunicação. Isso não são indícios suficientes a condenar ou atribuir o Gilberto Dranka a esses odiosos crimes”, disse. O advogado de Amilton Padilha, Renan Martins Moreira, disse que vai ser interposto recurso contra a pronúncia e que seu cliente alega ser inocente. Os advogados de Leonides Maahs e Orvandir Pedrini não se pronunciaram até então.