Quando assumimos a gestão ambiental de um município temos algumas situações para equacionar. Podemos citar a falta de funcionários, precária estrutura de fiscalização, desmotivação da equipe e o clima contrário às questões ambientais que toma conta do país. Neste momento devemos então abrir a janela, respirar ar puro (enquanto ele ainda existe) e partir para o trabalho.
Logo no princípio é normal que haja desconfiança dos funcionários públicos quanto à postura que o novo gestor vai adotar. Infelizmente, o ditado de que “cachorro mordido por cobra tem medo de linguiça” tem muita ligação com este momento. É de suma importância que os eleitos para o Poder Executivo realizem a escolha de seus secretários adotando critérios técnicos e políticos ao mesmo tempo. Não podemos mais termos indivíduos ocupando Secretarias de Meio Ambiente sem saber a diferença entre uma araucária e um pé de milho. Sim… Estas escolhas volta e meia são realizadas!
O segundo ponto é entender que existem metas atingíveis e sonhos impossíveis. Não haverá o milagre do concurso público que “inundará” o poder público de biólogos, engenheiros e arquitetos. Temos que trabalhar com os recursos humanos que temos tentando renovar as esperanças do time que temos na estrutura e tentar captar de outras secretarias profissionais que possam estarem sendo subutilizados.
Organizando a equipe devemos partir para um verdadeiro processo de “peregrinação” ambiental. Precisamos debater dentro da gestão o quanto importante é a nossa missão de gerir o meio ambiente de um município e o quanto de relação com outras secretarias temos. O mais importante é o desenvolvimento de uma equipe que tenha a confiança no gestor e que saiba que embora existam, os desafios devem ser encarados de frente com a certeza de que os resultados sempre serão sentidos pela população.
Por: Raphael Rolim de Moura – Biólogo, Especialista em Gestão e Planejamento Ambiental, Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento. Professor universitário e atualmente ocupa Diretoria na Comec
