quarta-feira, 24
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abril
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2024

A vontade do presidente e o Congresso

No domingo, o brasileiro vai retornar às urnas e escolher um entre os dois candidatos que disputam a presidência do país. Ambos já passaram pelo primeiro turno das eleições e, agora, numa disputa ainda mais acirrada, tiveram a chance de ampliar suas campanhas. Como o jornal retrata na sua chamada de capa, são dois extremos, um candidato de esquerda e outro de extrema direita. Ambos divulgaram inúmeras propostas, fizeram anúncios e também declarações polêmicas. Foram vítimas de notícias falsas e se ocuparam com muitas “desmentiras”. Coisas da política.

Nos grupos de WhatsApp e nos comentários de redes sociais vimos praticamente de tudo nesta campanha eleitoral. Diversos posicionamentos importantes, algumas boas provocações, e também muitas acusações infundadas. A maioria das pessoas centralizou foco na disputa presidencial, retratando o que este ou aquele pode fazer caso vença a eleição. No entanto, esqueceram que a vontade do presidente da República não se concretiza por si só, já que o Brasil vive num modelo parlamentarista. Praticamente toda proposição presidencial tem necessidade de aprovação no Congresso Nacional.

Quando adentrarmos a nova gestão política nacional, o eleitor brasileiro vai começar a lembrar que todas as propostas feitas pelo novo presidente necessitarão do crivo e aval dos deputados e senadores. Todos aqueles que acabamos de eleger no último dia 7 de outubro. Por isso, nem tudo que se fala hoje pelos dois presidenciáveis se tornará realidade se não existir o convencimento do Congresso.

A possível eleição de Jair Bolsonaro parece representar uma grande mudança nos destinos do Brasil. Porém, não é tão simples assim. Diga-se de passagem, é ilusão acreditar que tudo será diferente, começando pela composição dos Ministérios e equipe de governo. Tudo bem que o Bolsonaro não firmou compromisso e pode ganhar a eleição sem ter feito nenhum aliança política, mas quem diz que para ter o apoio da maioria na Câmara e no Senado ele não terá que construir acordos e ceder espaços? As vontades do presidente estão diretamente ligadas a sua relação com o Congresso Nacional. Muito embora a torcida é que esse relacionamento possa ser construído sem promiscuidade e totalmente diferente do que acontece ao longo da história política do país.

O voto na extra-direita pode ser consequência da resposta à crise econômica pós-governo petista, a corrupção, ao crescimento da criminalidade e ao desemprego. Enquanto que o voto na esquerda pode se dar por receio as posições polêmicas e duras do candidato contrário e até pelo perdão aos maus feitos e voto de confiança no que deu certo em anos anteriores.

Domingo, finalmente, vamos conhecer o novo presidente do Brasil. Mas se as suas promessas e propostas realmente serão concretizadas levaremos um bom tempo para saber. E mais, não dependerá apenas dele.

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