Não deve existir atualmente uma pessoa no país que não tenha ouvido falar da Operação Lava Jato. Trabalho conjunto do Ministério Público, Polícia Federal, Justiça Federal e Receita Federal de combate a corrupção que identificou um “mar” de desvios do dinheiro público. Consequentemente, assistimos as prisões de empresários e políticos que poucos poderiam acreditar.
Tudo isso remete à população local um sentimento de “passar o país a limpo” e início de um novo momento na estrutura pública. No entanto, apesar de todo cenário causado pela Lava Jato, em muitas cidades continuaram existindo práticas distorcidas de gestão pública e defesa dos interesses e necessidades coletivas. Ou seja, o uso do dinheiro público como e não deveria.
Agora, de forma salutar, trabalho realizado pela promotoria do Ministério Público da Comarca de Rio Negro tem demonstrado que a região não é uma ilha. Não queremos com isso dizer que só há erros nas cidades locais, mas sim destacar a importância dessa maior presença dos órgãos de controle, fiscalização e acompanhamento. Nesta semana, por exemplo, este jornal traz uma matéria com base em informações da promotora Gisele Silvério da Silva que identifica a possibilidade de superfaturamento na aquisição de um terreno por parte da prefeitura de Piên. Comprovada ou não, a investigação já demonstra a importância do trabalho da promotoria.
Vale destacar também que a sociedade tem papel fundamental. O trabalho do Ministério Público é, em boa parte, baseado em informações prestadas pela população. O cidadão, diante de uma suspeita de fraude ou ato ilícito, pode encaminhar anonimamente o assunto. Nós somos os principais responsáveis pelo ambiente que vivemos, seja ele uma ilha ou não.