Começou oficialmente no dia de ontem a campanha eleitoral 2018. Provavelmente nos próximos dias muitos de nós estaremos recebendo os tradicionais “santinho” e “colinhas” com os nomes, fotos e números dos candidatos. Na internet, inclusive, já tem muito material circulando. Durante o ano passado e até recentemente, muito se falou em renovação política e que a eleição de outubro próximo poderia ser um divisor de água na vida política brasileira, porém, já podemos afirmar que essa expectativa será totalmente frustrada.
A criação do chamado Fundo Eleitoral, dinheiro público para a campanha, é uma demonstração prática e realista de que a renovação ficará somente nos discursos e textos. Pois esse dinheiro vai favorecer diretamente aqueles que já têm mandato e são os donos de partidos políticos. Com recursos em mãos, a possibilidade de êxito é gigantescamente maior. Por exemplo, vereadores, prefeitos, vice-prefeitos, lideranças de bairros, na grande maioria (não estamos generalizando) não trabalham por ideologia, princípios ou projetos, mas sim por alguma compensação, seja material ou financeira. É normal, nesta época, ouvir os políticos conversando sobre quanto custou esse e aquele apoio. E também, qual a expectativa de votos por determinado investimento.
Os eleitores, obviamente, não participam dessas negociatas, mas são as peças chaves para que elas aconteçam. Por esta razão é que tanto falamos da importância das pessoas ficarem atentas aos pedidos de votos e a história de cada candidato e o grupo ou cabo eleitoral que estará fazendo sua representação. A renovação política, por sinal, não acontece porque o eleitor muitas vezes é conduzido ou iludido a manter o seu voto nos mesmos políticos que ocupam cargos por décadas e mantêm seus currais eleitorais com dinheiro público.
Neste ano, nasceram algumas iniciativas para quebrar esse circulo vicioso, como foi o caso do projeto RenovaBR, do Agora e do próprio partido Novo.
E que, diga-se de passagem, enfrentam uma barreira sem tamanho, já que o modo tradicional de fazer política no Brasil tem uma força gigante e quase que inabalável.
O brasileiro, que vivencia um desemprego de 13 milhões de pessoas no mercado formal e outro número desse na informalidade, que sofre com a questão da insegurança e do crime, precisa aprender a fazer política e principalmente votar com sabedoria. Não é possível que vamos continuar deixando o futuro do país nas mãos de quem só pensa na manutenção do poder e no enriquecimento pessoal. Nossas escolhas de hoje são reflexo do amanhã!