Por Raphael Rolim de Moura
Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) trazidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) são dezessete e o primeiro trata da “Erradicação da Pobreza”. Temos uma ligação direta entre a pobreza e a degradação ambiental. Estudiosos trabalham para estabelecer o debate que tem como dúvida principal se a pobreza causa a degradação ambiental ou o contrário é o que realmente ocorre.
Neste momento vivemos o momento da pandemia da Covid-19 com forte tendência a deslocar mundialmente a pobreza extrema entre 88 milhões e 115 milhões de pessoas. Este número pode chegar a 150 milhões de pessoas em 2021, dependendo do cenário econômico. A pobreza extrema (renda inferior a US$1,90/dia) pode ter afetado entre 9,1% e 9,4% da população mundial em 2020, segundo o relatório bienal Pobreza e Prosperidade Compartilhada realizado pelo Banco Munidial.
No Brasil, nos últimos 5 anos, tivemos um aumento em cerca de 3 milhões do número de pessoas em situação de fome, tendo hoje 10,3 milhões nesta situação, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sabemos também que 39,9 milhões de brasileiros vivem em famílias com renda per capita de até R$ 89 por mês, segundo dados do Ministério da Cidadania, caracterizando a extrema pobreza.
Podemos afirmar diante destes dados que temos um mundo muito desigual. Poucos têm muitos recursos enquanto a grande maioria da população não tem qualidade de vida devido aos pouquíssimos recursos ao qual tem acesso. Em 2018 a organização não-governamental britânica Oxfam divulgou um estudo no qual cinco bilionários brasileiros concentram patrimônio equivalente à renda da metade mais pobre da população do país. Esta informação ratifica o desequilíbrio.
Defendo a opinião de que a degradação ambiental produz a pobreza. Segundo o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) os indicadores de qualidade de vida nas regiões desmatadas muitas vezes são piores do que onde a floresta está preservada. A floresta nos dá alimento, água e saúde. Nas cidades, a falta de saneamento gera doenças e afeta a produtividade das pessoas. Agir em prol da preservação e/ou conservação da natureza pode garantir um futuro com qualidade de vida para todos.