Sentença foi proferida pelo juiz Rodrigo Morillos na noite desta sexta-feira (19) e fixou a pena condenatória para Maahs em 40 anos e Bachel em 33 anos e 4 meses
Após dois dias de sessão, o caso que trata da morte de Josicler Pieckocz no mês de fevereiro deste ano na localidade de Gramados, em Piên, teve seu desfecho. Iniciada na manhã da última quinta-feira, no Fórum da Comarca de Rio Negro, a qual abrange o município de Piên, a sessão que julgou os réus Leonides Maahs (marido da vítima e ex-vereador) e Luan Fabiano Bachel (pedreiro que estava trabalhando no local da morte), terminou com a condenação dos acusados.
A sentença foi proferida pelo juiz Rodrigo Morillos por volta das 20 horas desta sexta-feira (19), fixando a pena para Maahs em 40 anos e Bachel em 33 anos e 4 meses. No Paraná, esta é a primeira condenação de feminicídio com aplicação da lei nova e a segunda no Brasil, tendo apenas uma no DF.
As atividades no salão do Fórum começaram com o sorteio dos jurados – dos 25 convocados, sete compuseram o Conselho de Sentença. Em seguida, foram inquiridas as testemunhas, no total de seis, incluindo uma investigadora de polícia, vizinhos e irmãos de Josicler. Após as falas das testemunhas, foram ouvidos os réus. Finalizados os interrogatórios de Maahs e Bachel, os trabalhos avançaram para os debates entre Ministério Público, assistência de acusação e defesas.
Uma das etapas aguardadas no júri esteve na fala dos réus. Durante o interrogatório, Maahs, que optou por responder apenas às perguntas da defesa e dos jurados, revelou ser homossexual, relatando que Josicler não sabia disso. Bachel também sustentou o relato, afirmando que mantinha um relacionamento com o ex-vereador. A tese já havia sido adiantada em entrevista à reportagem de O Regional pelas defesas de Maahs e Bachel, representadas pelos advogados Nilton Ribeiro e Renan Moreira, respectivamente.
Outro momento determinante no júri foi a etapa dos debates entre Ministério Público, assistentes de acusação e defesa dos réus, quando as partes apresentaram suas teses a fim de convencer os jurados para a tomada de decisão. Esta fase avançou ainda para réplica e tréplica. Durante as contestações, foram apresentadas pela acusação imagens, provas e outros elementos contidos no processo, a exemplo da câmera e marreta localizadas no tanque da chácara, enquanto as defesas sustentaram que os réus agira diante de emoção.
O crime – O crime ocorreu na tarde de 11 de fevereiro, em uma chácara. A vítima, Josicler Pieckocz, era mulher do ex-vereador Leonides Maahs. As informações são de que teriam sido ouvidos gritos de socorro e de que ela teria sido morta a golpes de marreta. As polícias Militar e Civil estiveram no local. O ex-vereador foi conduzido à delegacia e teve posteriormente sua prisão confirmada. No decorrer dos dias, foi encontrado em um tanque de peixes próximo ao local da morte uma câmera de segurança que teria sido ali jogada, e, nas proximidades, um martelo, os quais foram encaminhados para perícia. Ainda na semana do crime, foi decretada a prisão do pedreiro Luan.
Três dias após a ocorrência em Gramados, o pedreiro foi encontrado e capturado em São Bento do Sul pela Polícia Militar de Santa Catarina. Após os trabalhos investigativos da Polícia Civil de Rio Negro e a formalização da denúncia pelo Ministério Público, o caso seguiu tramitando na Justiça. A audiência de instrução foi realizada no dia 19 de maio, quando foi determinado que os réus fossem a julgamento perante o plenário do Tribunal do Júri, o que ocorreu nos dias 18 e 19.
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