Levantamento aponta que em 2019 foram 582 casos de gestações nesta faixa de idade, caindo para 422 ocorrências de gravidez no ano de 2023
A gravidez na adolescência, em meninas com até 19 anos, apresentou queda de 27% entre 2019 e 2023 nos municípios do suleste paranaense. Conforme levantamento feito pela reportagem junto ao Sistema de Informações Sobre Nascidos Vivos, do Ministério da Saúde, em 2019 foram 582 casos de gestações nesta faixa de idade, caindo para 422 em 2023.
O balanço indica oscilação também nos demais anos – 2020, 2021 e 2022, quando foram 494, 510 e 429 registros, respectivamente. Somados os cinco anos, a cidade de Fazenda Rio Grande foi a que teve a maior incidência de gravidez na adolescência, com 964, enquanto Piên aparece na contramão, com 82.
Tatiane Cubas Ribas Malchovski, enfermeira coordenadora da Secretaria de Saúde de Piên, destaca que a pasta tem atuado de forma constante no planejamento familiar, focando na gravidez na adolescência. “No ano passado, por exemplo, foi realizada e conduzida pela médica Emanuelle e enfermeira Vanessa palestra para alunos sobre o tema. Outro projeto que demos início este ano é o implante subdérmico Implanon. Baseado nesse método, se enquadram mulheres em vulnerabilidade social, inclusive adolescentes”, explica.
Segundo a profissional, em conjunto com servidores de outros municípios, houve a elaboração de um protocolo de implante subdmérmico, como uma estratégia de contraceptivo de longa duração. “Esse método objetiva prevenir gestações não planejadas, reduzir taxas de mortalidade materna, infantil e fetal e promover melhorias no atendimento à saúde da mulher, em especial àquelas em situação de vulnerabilidade”, aponta Tatiane, enaltecendo o acolhimento às meninas que necessitem. “Nossa equipe de enfermeiras e médicos é bem eficiente no trabalho com esse público, sempre busca meios de orientação e informações sobre o melhor método anticonceptivo a ser usado”, complementa.
Ao abordar os números estaduais, o Paraná também teve queda na ocorrência de gestações na adolescência. Em 2019 foram 18.169 e em 2023, 12.769, uma queda de 29,7%.
A chefe da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher da Sesa, Carolina Poliquesi, em entrevista à Agência Estadual de Notícias, sobre esta temática, aborda a atuação dos órgãos de saúde. “A ocorrência da gravidez na adolescência é resultado de uma somatória de fatores e merece ações compartilhadas e de diferentes setores. É primordial que a equipe de saúde, já nas consultas de pré-natal, fale com a gestante sobre educação sexual e os diferentes métodos contraceptivos disponíveis para se evitar futuras gestações não planejadas, especialmente na fase da adolescência”, explica.
Uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs), da Organização das Nações Unidas (ONU) e que integra a estratégia global para mulheres, crianças e adolescentes 2016-2030 é diminuir os índices de nascimentos durante a adolescência. Apesar dos avanços, a proporção da gravidez não planejada na adolescência ainda é alta, sendo registrados em 2023, por exemplo, dos 139 mil nascimentos, 9% foram de mulheres entre 15 e 19 anos.