Em reunião na última quarta-feira, em Curitiba, houve a assinatura do acordo de cooperação técnica com a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e de de um protocolo de intenções com a Companhia Paranaense de Gás (Compagas) para incentivar a produção de biometano. Prefeitos de Agudos do Sul, Contenda, Piên e Tijucas do Sul participaram do encontro que tratou sobre uso de resíduos sólidos urbanos para geração de energia limpa
Em ato realizado na última quarta-feira, Curitiba e cidades da região metropolitana tiveram um novo avanço para consolidar o projeto que prevê o uso de resíduos sólidos urbanos para geração de energia limpa. O prefeito da capital, Rafael Greca, e o vice-prefeito e secretário de Estado das Cidades, Eduardo Pimentel, assinaram um acordo de cooperação técnica com a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), durante a 53ª Assembleia do Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (Conresol), realizada no Salão Brasil da prefeitura de Curitiba.
A ação é tida como o passo final do projeto do novo sistema de tratamento de resíduos de Curitiba e Região Metropolitana. Na solenidade, houve ainda a assinatura de um protocolo de intenções com a Companhia Paranaense de Gás (Compagas) para incentivar a produção de biometano, o que representa o aproveitamento da parcela orgânica dos resíduos. Com as assinaturas, o Conresol, que é formado por Curitiba e 23 municípios da Região Metropolitana, passa a trabalhar na construção do edital de credenciamento que vai possibilitar a contratação de empresas para o tratamento dos resíduos sólidos brutos e na substituição à destinação dos resíduos em aterros sanitários.
O prefeito Rafael Greca, que preside o Conresol, enalteceu que esta é mais uma importante conquista para os membros do Consórcio. “Hoje é um dia histórico, o início de um novo sistema de tratamento de resíduos de Curitiba e região metropolitana. O lixo em aterro sanitário representa R$ 6 milhões por mês para Curitiba e grande região”, afirmou Greca. “Esse evento marca o momento da descarbonização da economia cimenteira da Região Metropolitana de Curitiba. É um futuro que está começando, que é possível, que é viável e tem todos os atores comprometidos em tornar o mundo melhor”, complementou.
Para Eduardo Pimentel, o projeto pode ser estendido e implantado em outras cidades do Paraná. “Tanto em Curitiba como no Estado estão acontecendo obras, projetos e investimentos sustentáveis. Esse é um projeto inovador, de projeção mundial, que está sendo feito em Curitiba. Isso acontece pelo bom momento que a nossa região metropolitana e o nosso Paraná vivem”, afirmou.
Conresol – Fazem parte do grupo as cidades de Adrianópolis, Agudos do Sul, Almirante Tamandaré, Araucária, Balsa Nova, Bocaiúva do Sul, Campina Grande do Sul, Campo Largo, Campo Magro, Colombo, Contenda, Curitiba, Fazenda Rio Grande, Itaperuçu, Mandirituba, Piên, Pinhais, Piraquara, Quatro Barras, Quitandinha, Rio Branco do Sul, São José dos Pinhais, Tijucas do Sul e Tunas do Paraná.
Na reunião, participaram prefeitos de Agudos do Sul, Jesse da Rocha Zoellner; de Contenda, Antonio Adamir Digner; de Piên, Maicon Grosskopf; e de Tijucas do Sul, José Altair Moreira.
Combustível Derivado – Além do presidente da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Paulo Camillo Penna, também participaram da reunião representantes das empresas cimenteiras Votorantim Cimentos SA, a Cia de Cimento Itambé e a Margem Companhia de Mineração – Supremo Cimentos, que atuam na Região Metropolitana de Curitiba. O Combustível Derivado de Resíduos Urbanos (CDRU) é um substituto energético do coque de petróleo, utilizado como combustível para a fabricação de cimento, que traz benefícios ambientais com a redução de emissão de gases poluentes, além de benefícios sociais.
Com a substituição do coque de petróleo pelo CDRU, o projeto prevê que será possível reduzir de forma significativa as emissões de carbono, contribuindo para a mitigação dos impactos das mudanças climáticas.
Compagas – Com a assinatura do protocolo de intenções com a Companhia Paranaense de Gás (Compagas), o objetivo é incentivar a produção de biometano, o que representa o aproveitamento da parcela orgânica dos resíduos.
A substituição do coque de petróleo por CDRU, somada a não destinação de resíduos em aterro sanitário representa a redução da emissão de 1,2 tonelada de dióxido de carbono na atmosfera para cada tonelada de CDRU processada, representando que, ao ser alcançada a capacidade de recebimento de CDRU pelas cimenteiras locais, cerca de 350 mil toneladas de dióxido de carbono por ano deixarão de ser emitidas para a atmosfera.