Nos últimos dez anos, os produtores de kiwi ocuparam, em média, 200 hectares, e colheram em torno de 3 mil toneladas. O VBP paranaense para a fruta, em 2020, alcançou R$ 13,5 milhões. Foram produzidas 2,9 mil toneladas em 193 hectares
O kiwi não é uma fruta acompanhada sistematicamente nas estatísticas nacionais oficiais de produção. Mas, de acordo com o Censo Agropecuário 2017, do IBGE, que pela primeira vez apresentou alguns dados, o Paraná apareceu como detentor do maior Valor Bruto de Produção (VBP) da cultura no País. Esse é um dos assuntos analisados pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, no Boletim Semanal de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 15 a 21 de abril.
A pesquisa do IBGE apontou que a fruta foi cultivada em 422 hectares de 296 estabelecimentos rurais e resultou em 5,6 mil toneladas. O VBP gerado atingiu R$ 12,9 milhões, dos quais o Paraná foi responsável por 49,6%. O Estado é seguido por Rio Grande do Sul, com 33,6%; e Santa Catarina, com 16,2%.
O boletim cita que, no Paraná, o Deral acompanha a cultura desde meados de 2000. Nos últimos dez anos, os produtores de kiwi ocuparam, em média, 200 hectares, e colheram em torno de 3 mil toneladas. O VBP paranaense para a fruta, em 2020, alcançou R$ 13,5 milhões. Foram produzidas 2,9 mil toneladas em 193 hectares.
O destaque ficou para o município de Antonio Olinto (Sul), que detém 20,4% da produção, seguido de Araucária (RMC), com 18,2%, e Mallet (Centro-Sul), com 17%. Além deles, outros 25 municípios produzem a fruta comercialmente.
Nas unidades da Ceasa no Paraná foram comercializadas, no ano passado, 901,4 toneladas, vindas principalmente da Itália (23,6%), Paraná (17%) e Argentina (16%). A movimentação de recursos chegou a R$ 11,8 milhões.
Milho e trigo – O documento elaborado pelo Deral destaca ainda que o clima foi favorável ao desenvolvimento da segunda safra de milho no Paraná até agora. Se confirmar a previsão de poucas chuvas e temperaturas amenas para os próximos dias, as boas condições persistem.
Sobre o trigo, o boletim relata que abril vem se mostrando menos volátil para as cotações de preços e o câmbio. Com isso, os valores recebidos pelos triticultores se aproximam daqueles anteriores à intensificação do conflito na região do Mar Negro. Na semana passada, a cotação média da saca ficou em R$ 93,54 no Paraná, 4% menor que em março.
Pecuária e apicultura – O documento faz também uma análise da produção de leite no Paraná, segundo colocado no Brasil, atrás de Minas Gerais. O Sudoeste do Estado se destaca. No varejo, o preço do leite longa vida subiu para R$ 4,48, alta de 12% em relação ao mês anterior. Já para o produtor, a alta foi de 8%, cotado a R$ 2,27 o litro.
O Boletim de Conjuntura Agropecuária apresenta ainda o panorama de exportação de mel in natura, de acordo com os dados do Agrostat Brasil. No primeiro trimestre de 2022 foram enviados para o Exterior 8.137 toneladas, volume 40,61% superior ao obtido no mesmo período de 2021. No entanto, o faturamento em dólar foi de US$ 30,798 milhões, 32,33% menor que igual período do ano anterior.
Outros produtos – Ainda são apresentadas informações sobre o início da colheita da segunda safra de batata, que já alcançou 25%. Do feijão, os dados são de bom desenvolvimento da segunda safra, mas acompanhados da preocupação de possível frente fria e eventual geada, pois a cultura está em fase suscetível ao fenômeno.
Sobre a soja, a colheita entra na fase final e atinge 96% da área. Restam as lavouras mais ao Sul do Estado, que devem ser colhidas até o final de abril. Ao tratar da mandioca, o documento registra que o Paraná teve redução contínua de área nos últimos anos. Para a atual safra, a diminuição foi de 2%, com 131 mil hectares plantados.
Fonte: AEN