As matrículas na educação tiveram queda, de acordo com dados da Sinopse Estatística da Educação Básica, em levantamento feito pelo jornal O Regional. Nas cidades do suleste, tiveram queda os municípios de Agudos do Sul, Contenda, Lapa, Quitandinha, Rio Negro e Tijucas.
Em contrapartida, os demais municípios, sendo Piên, Campo do Tenente e Fazenda Rio Grande tiveram um crescimento no registro de matrícula dos estudantes.
As Sinopses Estatísticas da Educação Básica, mostram dados relativos a estabelecimento, matrícula, função dos professores, movimento e rendimento dos estudantes, para as diferentes modalidades de ensino brasileiras. Os dados estão distribuídos de acordo com as regiões do país em diferentes estados.
O diretor de Estatísticas Educacionais do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Carlos Eduardo Moreno, disse em entrevista coletiva, que há o acesso dos estudantes de seis a quatorze anos com mais de 99% de frequência na escola.
Mas, a partir dos quinze anos, há um declínio na frequência, que chega a 78% dos estudantes com idade de até dezessete anos. Moreno reconhece que tem algum problema na trajetória desses jovens, porque com idades inferiores há universalização do acesso.
A professora Barbara Raquel Correa, mestre em educação e professora da PUCPR, argumenta que o Brasil avançou muito no aspecto de acesso e realização de matrículas na escola.
Porém, mais do que matricular uma criança ou um jovem, é necessário, que ele permaneça na instituição até a conclusão dos seus estudos. “Em alguns desses pontos nós ainda não conseguimos atingir um objetivo concreto. Temos muito para avançar nas questões que envolvem qualidade e permanência, principalmente quando falamos do ensino médio e da vida da juventude e todos os desafios que enfrenta”, comenta Barbara.
O maior número de estudantes fora da sala de aula e da escola, é majoritariamente de jovens. De acordo com a pedagoga, um dos principais fatores é a necessidade de inserção no mercado de trabalho dessa parte da população. Das necessidades sociais e econômicas do jovem e a questão da violência.
“Esses dois pontos estão fortemente ligados à evasão escolar, não necessariamente queda de frequência. Os estudantes fazem a matrícula, mas evadem, principalmente no ensino médio. Terminam a educação básica, chegam a fazer a matrícula e a permanência fica condicionada a fatores de sobrevivência, tanto economicamente quanto socialmente”, afirma.
A pandemia reforçou a desigualdade entre realidades diferentes, como a escola pública e a privada. Os estudantes da rede pública são altamente prejudicados por questões econômicas e sociais, pela perda dos empregos de familiares. Enquanto na rede privada houve um prejuízo econômico.