A Polícia Civil do Paraná (PCPR) aumentou o índice de solução de homicídios na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Enquanto em 2018 foram elucidados 32% dos assassinatos, em 2019 o percentual subiu para 51%. No mesmo período também houve redução de 14% no número de crimes dessa natureza, ou seja, 57 pessoas a menos morreram assassinadas na RMC.
O delegado-geral adjunto da PCPR, Riad Braga Farhat, ressalta que esse é um resultado muito significativo e traz benefícios não só à população da RMC, como também para a segurança dos que vivem na capital do Paraná. “O índice é bem superior à média nacional de resoluções de homicídios, que é cerca de 8%. Identificar criminosos suspeitos de crimes na RMC, reflete na capital, pois muitos destes atuam em ambas as regiões”, ressalta.
Se em 2018 a PCPR havia solucionado 130 homicídios na RMC, no ano passado o número passou para 181, um aumento de 39%. A melhora na resolução de crimes contra a vida se deve a diversos fatores, explica o delegado Fábio Amaro, chefe da Divisão de Polícia Metropolitana da PCPR.
“O primeiro deles a gente acredita que seja a tecnicidade dos policiais civis, já que as unidades da Região Metropolitana acabaram criando setores especializados nesse tipo de investigação. Todas as unidades possuem o investigador, escrivão e seu assessor, o estagiário, que tratam somente de casos dessa natureza. Tendo em vista a tratativa rotineira”, afirma o delegado.
A aproximação da Polícia Científica ao trabalho de investigação da PCPR também foi importante no aumento da taxa de solução de assassinatos. Segundo Amaro, “a prova material é irrefutável em juízo e isso garante uma credibilidade maior ao inquérito policial e à prova que é colhida”, oferecendo mais eficiência na resolução dos casos. Parcerias com a Guarda Municipal e a Polícia Militar para a troca de informações também contribuiu para esse cenário.
O terceiro fator destacado por Amaro para explicar a melhoria nos índices é a presença do projeto do governo federal, Em Frente Brasil, em São José dos Pinhais. “O projeto do Ministério da Justiça trouxe consigo não somente policiais da Força Nacional, mas também 10 policiais civis e peritos criminais para a cidade. Esse quantitativo de servidores promove melhoria significativa para o atendimento desses crimes”, finalizou.
As cidades que compõem a RMC são Adrianópolis, Agudos do Sul, Almirante Tamandaré, Colombo, Araucária, Balsa Nova, Bocaiúva do Sul, Campina Grande do Sul, Campo Largo, Campo Magro, Cerro Azul, Colombo, Doutor Ulisses, Fazenda Rio Grande, Itaperuçu, Mandirituba, Pinhais, Piraquara, Quatro Barras, Rio Branco do Sul, São José dos Pinhais, Tijucas do Sul, Tunas do Paraná.
Caso Aline
Um dos assassinatos solucionados em 2019 na RMC foi o da terapeuta ocupacional Aline Miotto Nadolny, 27. A jovem foi encontrada morta no dia seis de junho em Piraquara e sete dias depois a PCPR já havia prendido o pai dela preventivamente pelos crime. No dia 22 de junho o inquérito foi finalizado.
O corpo de Aline foi encontrado ao lado da Colônia Penal Agrícola, na RMC, com sinais de violência e marcas de agressão no rosto. Diante do fato, os policiais civis iniciaram as investigações e através de intensas diligências, oitivas e análise de imagens de câmeras de segurança, chegaram até a identidade do homem de 48 anos.
No momento do crime, Aline estava saindo de casa, no bairro Alto da XV, para pegar ônibus e seguir ao trabalho, quando foi abordada na rua por um Sandero vermelho. A investigação confirmou que o veículo era da atual esposa do suspeito. Aline entrou no veículo e após uma discussão com o pai foi morta por esganadura.
Em depoimento, o homem afirmou ter procurado Aline para que ela intervisse em uma briga que estava tendo com a mãe dela, referente ao pagamento de pensão alimentícia da irmã mais nova. A terapeuta teria se recusado a se envolver no problema dos pais, momento em que o homem teria se revoltado e partido para cima da filha.
Após o fato, o homem saiu com o veículo em direção a Campina Grande do Sul e seguiu até Piraquara, onde abandonou o corpo da vítima. Segundo o que ele alegou, o crime não foi premeditado e também não conhecia a região em que deixou o corpo da filha. Na delegacia, o homem demonstrou bastante arrependimento. Ele foi indiciado por homicídio e caso condenado está sujeito ao cumprimento de até 30 anos de prisão.
Fonte: Sesp