A produção industrial do Paraná é a maior do Brasil em 2019. A taxa de crescimento foi de 6,9% até outubro, em comparação com mesmo período do ano passado, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (10). É o melhor resultado dos últimos oito anos. No País, o desempenho foi negativo, de -1,1%.
Segundo o governador Carlos Massa Ratinho Junior, o índice é um sinal da confiança dos empresários e da capacidade de atração de investimentos. “É um número que nos deixa muito motivados e mostra a força econômica do Paraná. O índice de 6,9% de janeiro a outubro representa o maior crescimento disparado do País”, afirmou.
A pesquisa do IBGE também aponta evolução expressiva da indústria paranaense no comparativo entre outubro de 2018 e o mesmo mês deste ano. A variação foi de 9,4%. No acumulado de doze meses, a produção fabril do Estado aumentou 5,9%, enquanto na comparação de outubro sobre setembro o parque industrial não oscilou.
Ratinho Junior destacou que a determinação do governo é buscar investimentos que fortaleçam a produção paranaense, que gerem mais oportunidades de emprego e renda. Ele citou que quase R$ 18 bilhões foram atraídos para o Estado em 2019 e disse que a tendência é de aumento. “Para manter esse ritmo econômico há um grande volume de novas indústrias chegando ao Paraná”, acrescentou.
Na sexta-feira (6), por exemplo, as cooperativas anunciaram R$ 3,5 bilhões em investimentos, lembrou o governador. “Há um esforço em abrir o Estado para que as empresas venham para cá e gerem emprego, além da reconhecida força do paranaense, da nossa mão de obra, que ajuda muito esse processo”, complementou.
Maior do país – O crescimento industrial paranaense em 2019 foi impulsionado pela produção de veículos automotores, reboques e carrocerias (27,7%) e alimentos (8,9%) – maiores índices setoriais do País. É o melhor resultado desde 2010 no setor automotivo e o melhor da série histórica (desde 2002) na indústria alimentícia. Além disso, houve alta nos segmentos de máquinas e equipamentos (13,9%), produtos de metal (12,3%) e da indústria da transformação (6,9%).
No comparativo com outubro do ano passado, houve crescimento de 39,8% na fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias e 19,5% na fabricação de alimentos. Os resultados também são os mais significativos desde 2007 e 2006, respectivamente.
Razões – Francisco Castro, pesquisador do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), aponta como motivos do crescimento a qualidade da produção local, com recepção no mercado global, a abertura de novos mercados para alimentos e a diversificação da indústria paranaense.
“O setor de alimentos vem se recuperando da quebra das safras e há crescimento no setor de carnes, impulsionado pelo potencial de venda para países asiáticos com novas medidas sanitárias”, pontuou. “Além do crescimento do setor de papel e celulose, o que mostra que o Paraná tem capacidade de diversificação. Esses fatores levam a cenário ainda mais otimista para os próximos meses.”
Ano – Entre janeiro e outubro de 2019, frente a igual período do ano anterior, Paraná (6,9%) e Rio Grande do Sul (3,7%) apontaram os avanços mais elevados. Amazonas (2,9%), Goiás (2,8%), Santa Catarina (2,6%), Ceará (1,2%), Rio de Janeiro (0,9%) e São Paulo (0,4%) também registraram taxas positivas no período.
Houve queda, no entanto, em sete dos quinze locais pesquisados, o que ajudou a puxar o índice nacional para baixo (-1,1%). Registraram números negativos Espírito Santo (-14%), Minas Gerais (-4,6%), Região Nordeste (-4%), Mato Grosso (-3,6%), Bahia (-2,8%), Pernambuco (-2,6%) e Pará (-1,3%).
Doze meses – Entre novembro de 2018 e outubro de 2019 (acumulado dos últimos doze meses), a indústria paranaense cresceu 5,9% e apresentou alta frente ao dado encerrado em setembro, de 5,2%. Apenas cinco locais apontaram maior dinamismo, segundo o IBGE: Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso, além do Paraná. A indústria nacional recuou -1,3% no período.
Outubro-outubo – Na comparação com outubro de 2018, o setor industrial nacional mostrou crescimento de 1%, com sete locais apontando resultados positivos. O Paraná cresceu 9,4%, segundo melhor resultado do País, atrás apenas de Goiás (11,2%). Também cresceram Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso e Pernambuco.
Setembro-outubro – Em outubro de 2019, na série com ajuste sazonal, sete dos quinze locais pesquisados mostraram taxas positivas, acompanhando o crescimento (0,8%) da indústria nacional – o Paraná não oscilou. Os avanços mais acentuados foram os de Goiás e do Amazonas.
Estado projeta fechar ano com R$ 20 bilhões anunciados
O Governo do Estado já soma R$ 17,96 bilhões em investimentos privados anunciados, em negócios que deverão gerar 14 mil novos empregos, mas a expectativa é encerrar 2019 com anúncios na casa de R$ 20 bilhões. O resultado é fruto do trabalho realizado pela Invest Paraná, agência estadual responsável pela prospecção de novos negócios e atração de empresas.
O balanço é resultado dos anúncios de larga escala da Klabin, Grupo Madero, cooperativas, e indústrias alimentícias e automobilísticas, e das rodadas nacionais e internacionais de negociações com investidores (Paraná Day).
Otimismo na indústria para 2020 atinge 80% dos empresários
O ano de 2020 deve ser ainda mais promissor para a indústria, aponta pesquisa da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). Segundo a consulta anual da entidade sobre práticas e expectativas, 80% dos industriais do Estado estão otimistas – 70% preveem aumento das vendas, 57% esperam melhorias na conjuntura econômica e 49% apostam em abertura de novos mercados.
A mostra coletada representa 50,8 mil estabelecimentos industriais de todos os portes (micro, pequena, média e grande) e de 37 segmentos, que geram 765 mil empregos no Estado. Refletindo a expectativa positiva para 2020, 82% dos empresários pretendem realizar investimentos.
Ao serem questionados sobre as estratégias mais relevantes para suas empresas, 52% dos entrevistados pela pesquisa apontaram que o desenvolvimento de novos negócios será a prioridade em 2020. Outros 42% pretendem aumentar o foco no cliente, e 39% têm planos de incorporar novos produtos ao seu portfólio.
Fonte: AEN