domingo, 24
 de 
novembro
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2024

MP fecha clínica clandestina na Lapa

Imóvel localizado na area rural era utilizado para receber os pacientes. Foto: Divulgação/Ministério PúblicoIdosos, deficientes e dependentes químicos em condições desumanas, recebendo alimentos vencidos e sem qualquer acompanhamento médico. Foi este cenário que o Ministério Público da Lapa encontrou após apurar denúncias contra uma clínica clandestina de recuperação. Com apoio das Polícias Civil e Militar, Vigilância Sanitária e Corpo de Bombeiros, a ocorrência foi registrada no último dia 31, na localidade rural de Veadeiro.

De acordo com o Ministério Público, a clínica era nomeada Vaso de Alabastro e estava em funcionamento na Lapa há cerca de três meses. “Os pacientes estavam em dois imóveis, sendo que em uma das residências, que media cerca de 120m², estavam mais de 20 pessoas com as mais diversas dificuldades”, detalha a promotora substituta Ana Cristina Cubas Cesar. Neste local, havia apenas um banheiro e as condições de higiene eram precárias. “Os internados dividiam quartos e eram os responsáveis por fazer toda a limpeza do espaço e a comida, a qual estava localizada de forma improvisada na garagem. Além disso, encontramos 130 quilos de alimentos vencidos, alguns até mesmo embolorados, somadas a tantas outras irregularidades e perigos que os pacientes estavam expostos”, relata a promotora.

Grande quantidade de alimentos estava vencida. Foto: Divulgação/Ministério Público

A clínica atuava de forma clandestina e por isso não tinha qualquer documentação. “O espaço era gerido por um pastor e sua esposa, os quais tiveram uma estrutura semelhante desativada em Piraquara. Eles faziam a retenção dos documentos e mantinham as pessoas em cárcere privado”, conta a promotora. Cada paciente pagava por mês cerca de R$ 500,00, mas não tinha sequer acompanhamento médico. “Os medicamentos eram ministrados pela esposa do pastor. Quatro idosos tiveram que ser hospitalizados, alguns já desidratados. As vítimas relataram que havia também registros de maus tratos”, lamenta a promotora. Todos os pacientes, que vieram de diversas cidades, receberam atendimento e foram encaminhados aos familiares. Enquanto que o pastor e a esposa foram presos em flagrante pelos crimes de maus tratos, cárcere privado e continuidade delitiva.

O Ministério Público reforça a importância dos familiares dos pacientes conhecerem a estrutura de clínicas de recuperação antes de fazer qualquer internação. “Tem que cercar de cuidados para não agravar o quadro clínico da pessoa. Indicações, por mais que sejam de pessoas próximas, precisam ser apuradas”, salienta a promotora, repassando alguns pontos que são necessários serem analisados. “Estes locais têm que apresentar as licenças necessárias, oferecer o acompanhamento médico e os detalhes de todas as etapas do tratamento. É essencial que seja firmado um contrato e que sejam exigidos recibos dos pagamentos”, orienta a promotora.

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