Os motoristas que transitam diariamente com certeza já notaram uma importante modificação em algumas placas de veículos. Agora, quem realiza transferência ou mesmo promove o primeiro emplacamento é obrigado a colocar a placa Mercosul, que traz importantes modificações ao modelo tradicional.
O novo modelo, já implantado na Argentina e Uruguai, não apresenta o nome do município e nem mesmo do estado, dispondo apenas de uma targeta com o nome e a bandeira do país. Além disso, o segundo número da placa foi substituído por uma letra. O tamanho continuará sendo o mesmo, passando a contar com código bidimensional, faixa holográfica e marcas d’ água, sendo que estas alterações visam dificultar a falsificação dos veículos e também a identificação em casos de furto e roubo. O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) também ressalta que a nova placa é rastreável por meio de um aplicativo que ainda será disponibilizado, não havendo prazo para isto acontecer. Confira ao lado como são as novas placas, divididas nas categorias particular, comercial, especial, oficial, diplomático e colecionador.
De acordo com o despachante Lourival Gomes, de Piên, a mudança irá encarecer os processos. “Antes a placa custava entre R$ 140,00 e R$ 170,00. Agora o novo modelo passou a ter o valor entre R$ 250,00 e R$ 280,00”, compara Lourival. Somado a este acréscimo dos valores, os motoristas têm que se dirigir diretamente ao fabricante para a colocação da nova placa, já que os despachantes ainda não foram credenciados para realizar esta alteração. “Na região, as empresas habilitadas estão situadas em Rio Negro e Fazenda Rio Grande. Temos estreitado o contato para ver a possibilidade de um profissional credenciado vir até o município para atendermos a demanda em conjunto”, detalha Lourival. Para ele, estas modificações não foram aceitas pela grande maioria dos motoristas, ainda mais porque em muitos casos as placas refletivas, último modelo exigido, ainda estão em ótimo estado.
As mudanças também foram questionadas pelas autoridades policiais da região, como relata o comandante do destacamento da Polícia Militar de Quitandinha, Sargento Rudinilson Witt. “Não recebemos nenhum treinamento, equipamento ou mesmo detalhes de como irá proceder a fiscalização com as novas placas. Temos sistemas de segurança que fazem a leitura das placas atuais e que com esta alteração ficarão desatualizados”, comenta Rudinilson.
Outras mudanças questionadas estão na retirada do nome do município e da sigla do estado. “Antes as pessoas visualizavam um veículo de outra cidade e logo acionavam a polícia para abordagem. Agora isto será impossível”, pontua. Ele acredita que outras mudanças seriam mais necessárias, como a implantação de um dispositivo de antifurto. “Apesar de toda a tecnologia desta nova placa, fatalmente em pouco tempo teremos itens clonados e falsificados, por isso, seria interessante uma outra fórmula. Deste modo, tende a ser mais um processo oneroso à população e que nós, como autoridades policiais, precisaremos um tempo para absorvê-lo”, concluiu Rudinilson.