domingo, 24
 de 
novembro
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2024

Na política, dias decisivos!

A próxima semana será de muito movimento e também de importantes decisões no mundo político nacional e estadual, já que no primeiro domingo de agosto se encerra o prazo das convenções partidárias e, consequentemente, de indicação de candidatos e formalização das costumeiras coligações. No cenário nacional vem se acompanhando um certo isolamento dos candidatos de extremos, ou seja, direita e esquerda, mais precisamente, Jair Bolsonaro e Ciro Gomes. Ambos não conseguiram atrair partidos para suas candidaturas, estão ficando praticamente sem tempo de televisão, estrutura e opção de candidato à vice-presidência. Quem não é considerado de extremos, mas que vive situação parecida são Marina Silva e Alvaro Dias. Já Geraldo Alckmin, que até agora mostra fraco desempenho nas pesquisas eleitorais, foi agraciado com o apoio do chamado “centrão”, que reúne cinco siglas de peso no país. O tucano ganhou expressivos minutos na propaganda eleitoral, forte reforço em estrutura financeira e tem pelo menos dois ou três nomes disputando sua indicação de vice.

Diante de tudo isso, especula-se, por exemplo, uma união de Ciro Gomes com um candidato a vice indicado pelo Partido dos Trabalhadores (PT), ou com a candidata da Rede, Marina Silva. A questão do PT, por sinal, é uma grande indefinição. O partido fala em registrar a candidatura do ex-presidente Lula, que está preso em Curitiba. Mas também pode optar por outro caminho, quem sabe a candidatura de Fernando Haddad. Jair Bolsonaro, líder nas pesquisas, se não conseguir aliados, vai para a campanha com míseros oito segundos de propaganda eleitoral.

No Paraná, diga-se de passagem, a história se repete. Todos estão esperando a decisão de Osmar Dias. Até então pré-candidato ao governo, Osmar só tem garantido o PDT e o Solidariedade. Pouquíssimo tempo de televisão, uma única chapa de deputados, e estrutura bem limitada. Pode melhorar tudo isso se fizer aliança com o MDB de Roberto Requião, mas aí perde apoio do empresariado e carregará a rejeição do senador emedebista e sua fiel ligação com o PT. De toda forma, é considerado competitivo. Se for candidato ao senado a situação é bem diferente. Certamente teria garantida uma das vagas. A governadora Cida Borghetti, leia-se Ricardo Barros, torce pela candidatura de Osmar ao governo, é chance de uma eleição de dois turnos. Sem isso, Barros não visualiza qualquer possibilidade de Cida passar do primeiro turno ou pelo menos a tradicional negociação do segundo turno. Independente desses cenários, Ratinho Junior segue percorrendo o Paraná e consolidando sua campanha. Conseguiu partidos que lhe garantem um razoável tempo de propaganda eleitoral, tem pelo menos quatro chapas de candidatos a deputado e não terá dificuldade em estrutura de campanha. Torce e tenta atrair Osmar Dias, e além da vaga exclusiva de senado, até cederia a vaga de vice.

Como em política um dia é uma eternidade, muita coisa pode mudar ou acontecer até o próximo domingo 5 de agosto. Alguns cenários, porém, já estão bem claros. Geraldo Alckmin ganhou uma musculatura muito importante com o apoio do PR, DEM, PB, PP e SD. Ele já tinha PSDB, PSD, PTB, PPS e PV. Ou seja, chega ao fim das convenções fortalecido. Bolsonaro, se não ganhar pelo menos um partido aliado, terá dificuldades em sua solitária caminhada com PSL. E o PT vive semana dramática entre lançar ou não um candidato que cumpre pena na prisão.

Aqui pelas nossas araucárias, a política vive mais uma vez a novela Osmar Dias. Uma candidatura heróica ao governo, ou uma aliança que possibilite voltar ao senado e certa participação no governo. Quem sabe na próxima sexta já saberemos, ou talvez ainda não.

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