terça-feira, 26
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novembro
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2024

Medidas adotadas pela Arteris geram prejuízos e críticas da população

Beiral da banca foi retirado pelos proprietários, atendendo a uma exigência da Arteris. Foto: Arquivo/O RegionalA relação entre a população e a Arteris Planalto Sul vem se desgastando ao longo dos anos. Alegando medidas de segurança para evitar acidentes, a concessionária que administra o trecho da BR 116 vem impondo uma série de exigências, principalmente no fechamento de acessos. Uma das cidades mais atingidas é Mandirituba, onde importantes modificações foram realizadas.

Em uma das bancas situada às margens da rodovia, os proprietários foram obrigados a retirar cerca de um metro do beiral externo. “Construí este empreendimento há 27 anos e o beiral, que ficava a vários metros da rodovia, utilizava para expor os produtos e para os clientes não se molharem tanto em dias de chuva. A concessionária simplesmente chegou aqui e nos obrigou a retirar, alegando que a área pertencia a eles. No entanto, tenho escritura do imóvel e nunca fui ressarcido”, lamenta o proprietário Oracildes Silva. Nas proximidades do empreendimento, uma estrada secundária também foi fechada pela Arteris. “Infelizmente, estamos sujeitos ao que a empresa quiser fazer. Nem das nossas terras somos de fato donos, o que é lamentável porque os moradores estão aqui há muito mais tempo que a concessão”, salienta. Para evitar o fechamento das bancas, os comerciantes estão com processos judiciais em andamento.

A obstrução dos acessos trouxe outros inúmeros prejuízos ao empresário Lucas Domingos Pires, que teLukinha Adesivos foi obrigado a deixar prédio próprio após fechamento do acesso. Foto: Arquivo/O Regionalve que deixar seu estabelecimento próprio em Mandirituba para alugar um espaço em Campo do Tenente. “Trabalho no ramo de plotagem e pintura, sendo que a grande maioria dos serviços é realizada em caminhões. Após o fechamento do acesso, onde nunca vi um acidente sequer, 90% do movimento caiu. Um caminhão tentou manobrar no espaço deixado para adentrar na via ao lado ao meu comércio, mas como o local era curto bateu em um poste”, relata Lucas, que há pouco mais de um ano buscou novo endereço. “Hoje percorro mais de 100 quilômetros e tenho ao menos R$ 1.600,00 a mais de custos”, estima Lucas, lamentando a falta de diálogo com a Arteris. “Na época não houve comunicado algum do fechamento. Posteriormente, fui conversar na concessionária, mas nada do que foi falado saiu do papel, como a construção da marginal. Uma lavação que funcionava ao lado também fechou e barracões, antes sempre alugados, agora estão vazios já que os caminhões não têm espaço para manobrar”, finalizou.

Descontente com as medidas adotas pela Arteris, o prefeito de Mandirituba, Luís Antônio Biscaia, criticou a falta de diálogo com a população. “Mediante a tantos questionamentos e críticas, analiso que a concessão trouxe sérias dificuldades ao município. Primeiro, os moradores e comerciantes estão sendo prejudicados com o fechamento dos acessos. E as obras necessárias para garantir a mobilidade ainda não foram efetivadas”, pontuou o prefeito, enumerando outras dificuldades. “As empresas não querem se instalar em Mandirituba por causa da praça do pedágio, que fica praticamente na divisa do município e tem uma tarifa abusiva. Vamos buscar de todas as formas garantir à população seus direitos e fazer com que o município não seja prejudicado de tal forma”, concluiu.

Nota da Arteris – A Arteris Planalto Sul comunicou que os fechamentos dos acessos irregulares visam evitar acidentes, sendo também uma obrigação estipulada no contrato de concessão. A concessionária reforça que todas as medidas adotadas recebem o aval da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), sendo que em todos os casos a comunidade continua tendo sua mobilidade assegurada.

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