A área da Saúde é considerada uma das mais delicadas quando se trata de gestão pública. A maior prova disso está no levantamento feito por este jornal que mostra o investimento feito pelas dez prefeituras da região especificamente neste setor no ano de 2017. No total, foram gastos R$ 163 milhões e, considerando o número de habitantes, houve um custo médio anual de R$ 571,90 por morador.
Em Piên, a prefeitura contabilizou no ano passado um custo de R$ 936,00 por habitante, é o maior valor entre as cidades locais. O governo municipal aplicou 26,4% da sua arrecadação em saúde, índice bem acima dos 15% exigidos pela lei federal. “Se fosse investido apenas o que é determinado pela legislação não teríamos condições de atender a expressiva demanda”, conta a secretária municipal de Saúde, Ângela Bührer Grosskopf, se referindo ao volume de serviços, equipamentos e produtos que compõem o setor de saúde na cidade.
Segundo a secretária, a maior despesa está no atendimento de urgência e emergência. Na sequência, vem o gasto na atenção básica e folha salarial, que atualmente é composta de uma equipe formada por 107 profissionais.
Para Ângela Grosskopf, mesmo com todo o investimento há muito por se fazer para otimizar o atendimento. “Estamos buscando meios para ampliar a oferta de consultas e exames especializados. Temos também reforçado o trabalho de prevenção, com a realização de campanhas. Além disso, há uma ação na estruturação das unidades de saúde, renovação da frota de veículos e na informatização do sistema”, conta.
Já em Mandirituba, a Secretaria de Saúde vem implantando um projeto que busca qualificar o serviço público. “Instalamos o prontuário eletrônico, onde foi possível verificar quais as principais demandas e onde eram necessários investimentos para melhorar o atendimento”, comenta a secretária municipal Giselly Leal. O sistema permite levantar informações sobre os atendimentos realizados e quantos procedimentos aconteceram ao longo do dia. “Paralelamente, computamos o tempo de duração desde a recepção até a retirada do medicamento de cada atendimento. O médico também tem acesso ao prontuário do enfermo e do estoque de medicamentos”, relata.
Apesar de todo o esforço das administrações municipais, o setor enfrenta várias dificuldades, entre as principais está a contratação de médicos. Em Tijucas do Sul, a prefeitura já realizou três processos seletivos, mas não obteve êxito. Em maioria dos casos, os governos municipais abrem concursos mas não aparecem interessados.
Há ainda uma outra grande demanda das prefeituras, que é a manutenção diária de frota de veículos com pacientes para a capital do estado, Curitiba, e a cidade de Campo Largo, no hospital Nossa Senhora do Rocio. Os municípios da região não possuem profissionais e centros médicos com equipamentos para consultas especializadas, sendo necessário o deslocamento diário para os grandes centros. Além das consultas especializadas, existe a demanda do atendimento às gestantes. A maioria das cidades locais também não possui maternidade, obrigando que as futuras mães tenham seus filhos longe de casa. Para todo atendimento dessa natureza há participação direta das prefeituras.