Sair de baixo das cobertas e de casa foi um grande desafio nesta semana em toda a região. Com a presença de geada, as temperaturas despencaram e em todos os municípios ficaram abaixo do 0ºC. Em Curitiba, o frio intenso provocou a morte de um morador de rua na última quarta-feira.
No início da semana, o Paraná registrou a geada negra, que é um fenômeno que não é visto, mas altamente prejudicial às plantas e lavouras. “Ela congela a seiva e, consequentemente, provoca a morte da planta. Mais os resultados somente poderão ser analisados nos próximos dias, quando será possível fazer uma avaliação mais detalhada”, explica o meteorologista do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), Samuel Braum. Já na última quarta-feira, a geada branca coloriu a paisagem. “Foi uma geada forte e em São Mateus do Sul foi registrada a temperatura mais baixa do estado, -5,2ºC. Na Lapa, os termômetros marcaram -4,1ºC”, conta Samuel.
Para os próximos dias, a previsão terá temperaturas mais amenas, com o frio perdendo intensidade. “Deve haver um aumento da nebulosidade e, a partir desta sexta-feira, o frio já perde um pouco de força e as temperaturas têm um leve aumento. Possivelmente teremos tempo seco neste mês, com pouca chuva”, detalha Samuel, salientando que uma nova onda de frio está prevista para o início de agosto. “Certamente teremos novas geadas, fenômeno que acontece geralmente até a primeira quinzena de setembro”, comenta.
Com as baixas temperaturas, a agricultura contabiliza prejuízos, principalmente na olericultura e fruticultura. “Este frio intenso certamente trouxe danos a estas culturas. Na região, felizmente, boa parte desta produção acontece em estufas, o que minimiza as percas”, explica o ex-extensionista da Emater, Algacir José Maneira. “Certamente teremos produtos que terão um aumento no preço em virtude desta dificuldade”, salienta.
Apesar das perdas, Algacir reitera que as geadas têm papel fundamental no extermínio de pragas e doenças do solo. “Tem pragas que os agrotóxicos não matam e as temperaturas baixas auxiliam neste processo. É um fenômeno que prejudica algumas culturas, no entanto, é fundamental para um equilíbrio”, conclui.