Seguidamente nos deparamos com a notícia de que haverá reajuste nos preços dos pedágios. Desde que as rodovias foram privatizadas e os usuários começaram a atravessar as praças de cobrança das tarifas, os valores só aumentam. Cada vez mais os motoristas são penalizados e quem trabalha com o transporte de cargas, por exemplo, vê seus custos subirem e sua renda diminuir. Nunca tínhamos visto, até agora, o pedágio baixar.
Nesta semana, a empresa Viapar, que é concessionária de rodovias pedagiadas na região noroeste do Paraná, fechou um acordo com moradores do município de Mandaguari e baixou a tarifa na praça que fica no trecho até Maringá. Todos os dias os moradores de Mandaguari pagavam R$ 8,20 por cada viagem de ida ou volta, sendo que a distância entre as duas cidades é de apenas 26 quilômetros. O número de pessoas que fazem esse caminho por conta do trabalho, estudo ou acesso a determinados serviços, é expressivo.
Para não pagar duas tarifas por dia, muitos dos moradores de Mandaguari utilizavam uma estrada de chão. A concessionária, inclusive, tentou interditar esse caminho.
Foram 19 anos de muitas tentativas, discussões e pressão de ambos os lados. No início de mês, finalmente, saiu uma situação inédita no estado. A empresa Viapar resolveu baixar em 80% o preço da tarifa para os moradores de Mandaguari. A tarifa passou de R$ 8,20 para R$ 1,64.
Dois fatores podem ter sido decisivos para essa situação. A sensibilidade da empresa e a estrada alternativa existente e mantida pelos moradores. Um ou outro, o importante é que todos os 33 mil moradores de Mandaguari saíram ganhando.
No ano de 2021 vencem todos os contratos de concessão de rodovias no Paraná. Os debates a respeito desse assunto já estão em toda parte, principalmente pelo interesse das empresas na renovação. Porém, qual vem sendo a participação da população nessas discussões? Renovar por renovar? Fazer nova licitação? Renovar mediante garantia da redução dos valores? Enfim, qual será o futuro das rodovias pedagiadas? Mais ainda, quais serão os ônus e bônus para nossa população?