A migração de faixa de frequência é uma antiga reivindicação dos radiodifusores e foi autorizada por um decreto presidencial em 2013. As rádios AM têm enfrentado queda de audiência e de faturamento devido a interferências na transmissão de sua programação. Além disso, não podem ser sintonizadas por dispositivos móveis, como celulares e tablets.
Para fazer a migração, os radiodifusores terão de arcar com os custos referentes à diferença entre as outorgas de AM e de FM. Os valores variam de R$ 8,4 mil até R$ 4,4 milhões. A tabela elaborada pelo Ministério das Comunicações foi feita com base em critérios como índices econômicos, sociais e população do município em que a rádio está localizada, além do alcance. As emissoras também precisarão adquirir equipamentos para a transmissão do novo sinal.
Atualmente, 1.781 emissoras estão na frequência de AM em todo o Brasil, sendo divididas de acordo com o alcance: local, regional ou nacional. Ao todo, 1.386 pediram para mudar de faixa: 948 rádios já poderão fazer a migração em 2016, mas 438 emissoras terão de aguardar a liberação do espaço que vai ocorrer com a digitalização da TV no país.
Na Lapa, a tradicional Rádio Legendária também busca esta migração e iniciou o processo no final do ano passado. “Fizemos a inscrição e nosso projeto foi aprovado. Realizamos as coordenadas da antena e agora aguardamos a autorização do Ministério das Comunicações para realizar o pagamento da outorga e iniciar a aquisição dos novos equipamentos”, conta Adir Santos, gerente administrativo da emissora.
Para tal alteração, a Rádio Legendária está prevendo um importante investimento que ficará em torno de R$ 700 mil, sendo R$ 80 mil apenas na outorga. “Acreditamos que se houvesse apenas a digitalização das rádios já resolveria, porém, como isso não está sendo observado, vamos pelo caminho mais árduo, sendo que além desta parte documental o custo maior neste montante fica por conta dos novos aparelhos que são diferentes dos utilizados atualmente”, enfatizou.
A Rádio Legendária é a primeira emissora católica do Paraná e completa na próxima semana 66 anos de existência. Quando concluído o processo de migração, a emissora irá operar no canal 95,9 FM e deverá operar com 15 mil watts de potência chegando a atender um raio de até 100 quilômetros.
Outras rádios na região – Outras emissoras aguardam a autorização do Ministério das Comunicações para realizar a mudança de sintonia. A rádio Difusora de Rio Negro irá operar em 107,3 FM. Em Mafra, a rádio João XXIII atuará em 96,9 FM. Já em São Bento do Sul, a rádio São Bento passará a 90,3 FM. E em Rio Negrinho, a rádio Rio Negrinho será 97,9 FM.