Nos últimos anos tem sido notória a forte presença de líderes evangélicos na disputa de cargos eletivos em todo o país. Em 2009, por exemplo, a Confederação dos Conselhos de Pastores do Brasil (Concepab) passou a acompanhar de perto as diversas candidaturas de protestantes, pentecostais e neopentecostais. A idéia foi justamente de organizar e dar sustentação aos evangélicos nas dispustas eleitorais.
A intenção é bem clara, eleger o maior número possível de senadores, deputados, prefeitos, vice-prefeitos e vereadores para se trabalhar de forma mais coesa as mesmas pautas, independentemente dos partidos e das igrejas as quais estejam vinculados. Ou seja, defender interesses da igreja evangélica.
Nas assembléias legislativas, câmara dos deputados e senado federal já existem as bancadas evangélicas. É o grupo de parlamentares que fecham questão sobre determinado assunto e votam em bloco. Em algumas câmaras de vereadores, dependendo o número de evangélicos no plenário, acontece o mesmo.
Nesta eleição municipal eram duas as grandes apostas do Concepab. O candidato a prefeito em São Paulo, Celso Russomano, que já foi derrotado, e o candidato a prefeito no Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, que disputa o segundo turno. Mas os evangélicos disputaram outras 12 capitais brasileiras.
Na região, muitas igrejas evangélicas fecharam apoio a um determinado candidato. Foi o caso do jovem Rodrigo Rodrigues, da Assembléia de Deus em Mandirituba, que ficou como primeiro suplente da câmara municipal. Em Piên, João Nunes,também da Assembléia de Deus, vai assumir pela primeira vez mandato legislativo.
Há que se admitir, de forma silenciosa e organizada, a igreja evangélica vem criando condições para defender e impor pautas na vida pública do país.